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Quase metade dos mortos por desastres relacionados a chuvas em 2023 são do Rio Grande do Sul





A Confederação Nacional de Municípios (CNM) se mostra solidária aos Municípios gaúchos e catarinenses atingidos pelo ciclone e destaca que vem acompanhado os desastres decorrentes desse fenômeno adverso. A entidade também ressalta algumas dicas importantes a serem seguidas por todos os gestores que em situações de anormalidade necessitem solicitar recursos financeiros à União para execução de obras emergenciais de recuperação e reconstrução das áreas destruídas e danificadas pelas chuvas.

O presidente da Confederação Paulo Ziulkoski lamenta a situação. "Infelizmente, os Municípios estão praticamente sozinhos, na ponta, para socorrer a população. Não há apoio para prevenção nem investimentos”, pondera Ziulkoski.

Até a última atualização acompanhada pela CNM, chegou a 32 o número de mortes causadas pelo ciclone extratropical do dia 4 de setembro, sendo 31 no Rio Grande do Sul e 1 em Santa Catarina. Somente no Rio Grando do Sul, as informações obtidas pela Confederação a respeito da situação dos Municípios afetados, além de danos e prejuízos à população, passam de R$ 85 milhões. Em todo o país, em 2023, 115 pessoas perderam a vida devido às chuvas. Desse total, 52 vítimas são do Rio Grande do Sul e 12 de Santa Catarina. Os números foram levantados por meio do Sistema Integrado de Informações sobre Desastres (S2ID) da Defesa Civil Nacional.

Ao todo 70 Municípios gaúchos foram afetados, sendo que, deste total, 26 já decretaram situação de emergência e 12 Municípios catarinenses também decretaram anormalidade, além de relatarem danos humanos, ambientais, materiais, estruturais, deslizamentos de terra, alagamentos, inundações e enxurradas, além de diversos outros desastres.

Danos e prejuízos no Rio Grande do Sul
Neste ano, o Estado do Rio Grande do Sul foi o que apresentou o maior número de danos e prejuízos econômicos e estruturais. Preocupada com a situação, a CNM entrou em contato com a Coordenadoria Estadual de Defesa Civil do Estado, que informou que, até o momento, foram registrados 31 óbitos, sendo: 2 mortes em Ibiraiaras, 1 em Imigrantes, 1 em Lajeado, 2 em Estrela, 1 em Mato Castelhano, 1 em Passo Fundo e o Município de Muçum registrou o maior número, com 15 óbitos, seguido de Roca Sales, com 8 mortes.

Infelizmente, as 31 mortes causadas por esse quinto ciclone superaram o número mortes do ciclone do mês de junho, quando foram registradas 16 vítimas - somando o número de mortes dos dois eventos negativos são 47 óbitos. A defesa civil estadual informou ainda que 2.984 pessoas ficaram desalojadas e 1.650 pessoas desabrigadas.

Prejuízos
A CNM realizou o levantamento dos danos e prejuízos causados pelo ciclone, que foi de mais de R$ 85,7 milhões. Somente no setor habitacional, foram mais de R$ 20 milhões, entre obras de saneamento, pontes, ruas, avenidas e estradas. Não há notícias de ajuda financeira do governo federal e do Estado aos Municípios afetados, mas equipes especializadas foram enviadas para levantar danos e prejuízos.

Histórico
Levantamento realizado pela Confederação aponta que os desastres decorrentes de ocorrências com chuvas, ou seja, ciclones, tempestades, enchentes, inundações, vendavais, alagamentos e deslizamentos de terra, levaram ao longo dos últimos 10 anos mais de 1.984 decretações de calamidade nos Municípios gaúchos. Esses desastres causaram mais de R$ 12 bilhões em prejuízos estruturais para a população afetada, além dos danos irreparáveis em vidas perdidas que somaram 104 na última década. Cabe ainda destacar que quase metade dessas mortes foram neste ano.

Santa Catarina
A CNM também entrou em contato com a Secretaria Estadual de Proteção e Defesa Civil de Santa Catarina, em que 12 Municípios catarinenses decretaram situação de emergência em decorrência da passagem do ciclone. O Município de Jupiá registrou a morte de um homem.

Além da situação de enchentes e inundações, em Florianópolis um reservatório da empresa estadual de saneamento do Estado se rompeu em decorrência das tempestades e a força das águas acabou atingindo e destruindo 92 casas. Não houve mortes e a Defesa Civil do Município ainda está contabilizando os danos e prejuízos causados pelo rompimento.

A Secretaria de Defesa Civil catarinense informou que os prejuízos ultrapassaram mais de R$ 1 milhão nos 12 Municípios afetados.

Histórico em Santa Catarina
Os desastres decorrentes de ciclones, tempestades, enchentes, inundações, vendavais, alagamentos e deslizamentos de terra levaram ao longo dos últimos 10 anos mais de 3.271 decretações de calamidade nos Municípios catarinenses. Esses desastres causaram mais de R$ 8,3 bilhões em prejuízos estruturais para a população afetada, além dos danos irreparáveis em vidas perdidas que somaram 125 na última década.

Orientações CNM
- Nas ocorrências de desastres naturais solicite a integração dos três Entes nas ações e socorro e assistência humanitária;
- Busque sempre o apoio técnico da União e do Estado na decretação e na avaliação dos danos e prejuízos causados por desastres naturais;
- Solicite o reconhecimento de anormalidade diretamente à União;
- Após o reconhecimento federal, oficialize diretamente à União a liberação de recursos financeiros para execução de obras emergenciais de defesa civil no município, peça apenas o apoio técnico do - Estado no levantamento da documentação exigida pelo Sinpdec;
- Quando muitas cidades de um Estado forem afetadas por um desastre natural, evite a inclusão de seu Município na decretação Estadual de anormalidade, já que nestes casos, os recursos liberados - pela União ficam centralizados no Governo do Estado.

Errata
A CNM informa que o Município de Rio Grande (RS) não foi afetado pelas chuvas, como noticiado em matéria publicada anteriormente.

Foto: Prefeitura de Passo Fundo (RS)

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