A carne bovina pesa cada vez mais no bolso dos brasileiros. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a proteína ficou 28,36% mais cara nos últimos 12 meses.
A causa do problema é anterior à pandemia. Problemas climáticos, como a falta de chuvas, afetaram a qualidade da pastagem. Parte da pressão também veio da elevação dos custos de produção. Segundo o Cepea-USP, a soja ficou 8,76% mais cara nos últimos 12 meses. O grão é um dos principais componentes da alimentação de bovinos. Além disso, o real perdeu 26,3% de seu valor frente ao dólar desde o início de 2020.
Todo esse conjunto tem tornado as exportações mais atrativas. Por outro lado, isso encarece os custos para o produtor. “Os medicamentos, por exemplo, acompanham a moeda norte-americana”, diz o pesquisador Thiago Bernardino Carvalho, do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada da Universidade de São Paulo.
Segundo a Secretaria de Comércio Exterior (Secex), as exportações de carne bovina fresca e refrigerada bateram o maior valor da série histórica criada em 1997, atingindo US$669,5 milhões de dólares nos nove primeiros meses do ano. Os principais países importadores são Chile, Holanda, Uruguai, Arábia Saudita e Israel.
Com mais carne destinada a outros países, sobra menos para a venda no mercado interno, o que torna elevado o valor no mercado brasileiro.
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