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Stédile: Lula foi escolhido pelo povo para explicar o que está acontecendo no país

Líder do MST, João Pedro Stédile falou à TV 247 sobre o papel do ex-presidente Lula, agora em liberdade, com o povo. “Lula tem de ser nosso Moisés, convencer o povo a atravessar o Mar Vermelho. Não há outro personagem que possa cumprir esse papel”, apontou

Lula e Stédile
Um dos coordenadores nacionais do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), João Pedro Stédile, comentou a importância do ex-presidente Lula em liberdade e exaltou sua capacidade de se comunicar com o povo durante entrevista à TV 247. Stédile também analisou o golpe que ocorre na Bolívia, que forçou a renúncia de Evo Morales, atualmente exilado no México.

Lula foi comparado por Stédile ao personagem bíblico Moisés, quem, no livro, dividiu o Mar Vermelho em dois, abrindo passagem para garantir a fuga segura do povo hebreu da escravidão exercida pelos egípcios. Para o líder do MST, Lula tem a mesma função com o povo brasileiro por meio da comunicação. “O Lula joga um papel fundamental, ele é um líder popular, isso significa que o povo o escolheu, então ele tem a confiança do povo para poder explicar o que está acontecendo no país. Lula tem de ser nosso Moisés, convencer o povo a atravessar o Mar Vermelho, não há outro personagem que possa cumprir esse papel”.

Contextualizando o cenário político devastado do Brasil, Stédile afirmou que a esquerda tem como primeiro desafio se comunicar com as grandes massas. “O Brasil vive uma crise grave econômica, que se transformou em social e política. Os problemas só se agravaram, ainda mais com a política do Guedes, que é a mesma do Pinochet. Diante dessas circunstâncias, temos diversos desafios como movimentos populares e forças populares. O primeiro desafio é conseguir chegar ao povão, nós não temos nenhum instrumento de comunicação de massa, temos que chegar às grandes massas para explicar o que está acontecendo”.

Ele ressaltou também a importância da cultura neste processo de comunicação entre as lideranças progressistas e a sociedade brasileira, principalmente se tratando da juventude. “A esquerda tem que retomar o trabalho de formação política com seus militantes, não podemos passar por um momento histórico como esse como se fosse apenas uma luta de governo. Temos que analisar profundamente a natureza dessa crise capitalista que afeta todo mundo e que é jogada sobre nossas costas. A esquerda tem o desafio de mudar os métodos de trabalhar com o povão, só o carro de som e o panfleto não resolvem mais, e digo isso como autocrítica. Temos que desenhar outros métodos de pedagogia de massa, chegar ao povão com outros métodos mais lúdicos, os dois grandes atos que fizemos pelo Lula Livre foram festivais de cultura”.
Bolívia

Para João Pedro Stédile, o golpe em curso na Bolívia se trata de mais um episódio de guerra híbrida. Ele disse também ser compreensível a renúncia de Evo Morales diante de “ações de terrorismo que estavam cobrando vidas”. “Ao contrário do que alguns estão dizendo, que é um golpe tradicional, não, é um golpe das guerras híbridas. Todos nós assistimos a rapidez das táticas de terrorismo: sequestra a prefeita, corta o cabelo, bota fogo na casa de ministros, queima acasa da irmã do Evo. Embora a renúncia do Evo tenha sido um erro político, ele devia ter resistido pela legitimidade do mandato, entendo a posição dele do ponto de vista psicológico, acho que ele foi muito abalado por essas ações de terrorismo que estavam cobrando vidas e chegavam na casa dele”.

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