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O preço da morte: enterros custam entre R$ 3 e R$ 50 mil na Bahia


A máxima de que ‘para morrer basta estar vivo’, apesar de ser repetida em todo o mundo, é incompleta. Na verdade, o correto seria: ‘para morrer basta estar vivo e pagar’. E o preço da morte é caro, literalmente. De acordo com a Associação Brasileira de Empresas e Diretores do Setor Funerário (Abredif), o custo médio de um enterro no país é de R$ 3 mil, podendo ultrapassar R$ 50 mil.
Até mesmo os funerais chamados de gratuitos, aqueles destinados à população pobre, dependem do pagamento de uma taxa simbólica aos municípios. Em Salvador, segundo dados da Secretaria Municipal de Ordem Pública, enterrar um adulto custa R$ 31,34, enquanto o valor para uma criança é de R$ 15,66.

Na capital baiana, existem dez cemitérios públicos, que são administrados pela Coordenadoria de Serviços Diversos (CSD), vinculada à Semop. A meta da Prefeitura é que, até 2020, a cidade conte com 1,5 mil gavetas para sepultamento, o que é pouco, considerando que todos os dias 23 pessoas morrem na cidade, o que corresponde a mais de 8 mil óbitos a cada ano.

Quanto custa morrer?
Quando alguém morre, é necessário que haja a organização do sepultamento, o que exige não só um local para que aconteça o enterro, como outras demandas, a exemplo do caixão, cerimônia, ornamentação, tanatopraxia (a conservação do corpo) e até mesmo a liberação do morto.

A Abredif destacou que o caixão mais barato, disponibilizado às pessoas pobres, custa R$ 691 e não é envernizado. O valor varia para defuntos obesos, de maior estatura ou se a família optar pela cor branca, com acréscimo entre R$ 200 e R$ 400. O valor de uma urna de cremação pode ultrapassar os R$ 40 mil.

Além do caixão, os familiares que optarem por cerimônia, precisam gastar com aluguel da capela, ornamentação da sala, coroa de flor. Cada detalhe tem um preço. O funeral assistencial com todos estes itens, na modalidade mais básica, chega a custar R$ 4,5 mil. Se a opção for a cremação, o preço para as famílias de baixa renda chega a R$ 8 mil.

Em funerais de luxo, segundo a Abradif, o valor ultrapassa os R$ 50 mil. Se o corpo for cremado com cerimônia, a família pode ter de desembolsar mais R$ 4,8 mil. Ainda, para situações em que é necessário o translado do corpo, o valor é acrescido de R$ 3 mil para o transporte, além de R$ 3,5 para o embalsamento, o que eleva o custo do sepultamento para mais de R$ 60 mil.

Gratuidade
Apesar do alto custo da morte, existem planos de funerais gratuitos, fornecidos pelas prefeituras, caso seja comprovada a situação de extrema pobreza do solicitante. Em Salvador, no entanto, e na maioria dos municípios brasileiros, em razão do déficit de vagas para sepultamento público, o procedimento pode levar tempo, o que, de certa forma, tem um custo para a conservação do corpo.

A Secretaria Municipal de Ordem Pública (Semop) administra os cemitérios de Pirajá, Plataforma, Periperi, Paripe, Brotas, Itapuã, Ilha de Maré, Ilha de Bom Jesus dos Passos, Ilha Ponta de Nossa Senhora e Paramana (Ilha dos Frades). Para conseguir uma vaga, a família deve procurar qualquer um dos cemitérios e agendar um horário.

Após a marcação, o parente do morto tem de ir a um cartório para a expedição da guia de sepultamento (R$ 31,34 para adultos e R$ 15,66 para crianças), que pode ser dispensada em caso de assinatura de termo de pobreza. O serviço de cremação em Salvador também pode ser gratuito e dependerá da autorização de parentes.

“Somente serão cremados os corpos quando a morte for por causas de doenças crônicas, como acidente vascular cerebral, parada cardíaca, insuficiência respiratória, A.I.D.S., câncer, diabetes, senilidade, morte natural, etc., sempre com a guia de sepultamento”, afirmou a Semop.

Ainda segundo a secretaria, “quando a morte decorrer de acidente, homicídio, ou por causa indeterminada, considerada não natural ou violenta, será atestada por um médico legista e a cremação dependerá de autorização judicial e liberação de autoridade policial”.

Mercado funerário
O ramo funerário está cada vez mais rentável com o passar dos anos. No ano 2000, segundo dados da Abredif, o funeral básico mais barato custava R$ 347,27, passando para R$ 691 em 2018 - uma alta de 98,98%.

O mercado da morte, que é responsável pelo emprego direto de pelo menos 50 mil pessoas no Brasil, movimenta, de acordo com o Sindicato dos Cemitérios e Crematórios Particulares do Brasil (Sincep) cerca de R$ 7 bilhões ao ano.

De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), nos últimos cinco anos, o crescimento do setor funerário foi em torno de 20%. O Sincep explicou que o ritmo de desenvolvimento é diferenciado e o nível de oscilação é menor, o que tem atraído investidores.

Plano funerário
Quem tem medo de ser pego de surpresa com a morte de algum parente ou deixar a família em situação de desespero com o próprio óbito pode se prevenir e fazer uma espécie de seguro funerário. Os planos, geralmente, exigem pagamento de uma mensalidade e garantem, no momento da morte, o custeio das despesas do velório e sepultamento.

Em Salvador existem alguns neste modelo, com mensalidades que variam de R$ 30 a R$ 60, além de seguradoras, que oferecem não só o custeio do sepultamento até seguros de vida. Também na capital, o Campo Santo oferece a possibilidade de plano funerário a partir de R$ 2.346,80, em até 12 vezes sem juros.

Instituições bancárias também oferecem planos que cobrem os gastos de enterro ou cremação. O Banco do Brasil, por exemplo, tem ofertas entre R$ 30 e R$ 8 mil. Já a Caixa Econômica Federal tem a opção do Seguro Amparo, que oferece assistência funerária, podendo ser adquirido nas agências do banco ou mesmo em casas lotéricas, com valor médio de R$30,00 ao ano.

O Banco Santander também dá opções, com coberturas para cônjuges e filhos do segurado falecido, com gastos de até R$ 3 mil reais para a preparação de todo o processo de sepultamento da pessoa falecida. Além destas, outras instituições bancárias, como Bradesco e Itaú têm sugestões de plano funerário, de acordo com o gosto e orçamento de cada pessoa.

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