Apesar de eu falar tanto sobre queda de cabelo aqui no blog, eu ainda não tinha escrito nada sobre a finasterida.
A alopécia androgenética, mais conhecida como calvície, é a principal causa de queda de cabelo em homens e mulheres. Pelo menos 50% da população mundial são afetadas pelo problema.
A queda relacionada à calvície tem uma relação genético-hormonal. Ou seja, pessoas geneticamente pré-determinadas apresentam sensibilidade aumentada a alguns hormônios e gradativamente com o passar dos anos, vão notando um afinamento dos fios de cabelo, perda de volume e queda.
Para o tratamento da calvície em homens (e em alguns casos em mulheres) a finasterida tem sido a medicação mais utilizada, sendo considerada uma opção promissora aos pacientes calvos.
O que é e como age a finasterida?
A finasterida é um medicamento que atua no couro cabeludo bloqueando a ação da enzima 5-alfa-redutase, responsável por transformar a testosterona em dihidrotestosterona (DHT) — hormônio relacionado ao afinamento dos fios e miniaturização dos folículos pilosos.
A finasterida consegue reduzir os níveis de DHT. Logo, diminuindo-se os níveis da produção deste hormônio evita-se o enfraquecimento dos folículos e, por consequência, a perda dos fios.
Qual a função da finasterida?
O medicamento promete aumentar o volume dos fios e prevenir a futura queda de cabelo. Na prática, a finasterida preserva os cabelos já existentes e, em alguns casos, de acordo com especialistas, pode engrossar fios enfraquecidos, resultando em um aumento de volume em algumas áreas do couro cabeludo.
Quando usar finasterida?
Levando-se em conta as características de cada pessoa, é necessário que, antes do início de qualquer tratamento para a calvície, possa ser diagnosticada qual é, precisamente, a causa da queda. Em caso de alopécia androgenética, a finasterida pode ou não ser recomendada, vai depender da avaliação que o médico fará a respeito de cada paciente.
Em quanto tempo a finasterida faz efeito?
O fim da queda pode ser percebido, geralmente, depois do uso diário do referido medicamento durante três meses. Porém, não é possível quantificar, mesmo que em termos médios, o ganho que o paciente irá obter no tratamento com a finasterida. Cada paciente responde ao tratamento de um jeito. Em cerca de 40% dos casos o paciente apenas mantém os cabelos já existentes, em outros 30% os indivíduos mantém os cabelos e recuperam parte dos fios perdidos, e nos 30% restantes não se verifica qualquer resposta ao tratamento.
Efeitos Colaterais da Finasterida
A respeito dos efeitos colaterais ainda não há informação 100% conclusiva que diga se a finasterida é absolutamente segura. Na maior parte da população não há efeito algum, mas em 2 a 5% da população esses efeitos existem.
Finasterida em Homens
O efeito colateral mais conhecido — e temido — é a disfunção sexual. Homens que tomam a finasterida podem apresentar perda de libido e dificuldade em ter e manter ereções. Ainda assim, o remédio continua sendo utilizado e faltam pesquisas contundentes sobre os riscos que ele apresenta para a vida sexual. Outros efeitos também já relatados: diminuição no tamanho do pênis ereto, diminuição do volume ejaculado e ginecomastia (crescimento anormal das mamas em homens).
Finasterida em Mulheres
Não foi constatado efeitos colaterais em mulheres. É indicado apenas para mulheres com AAG (alopécia androgenética). Se a mulher tiver qualquer intenção de engravidar ou se está grávida, ela está proibida de tomar a finasterida ou até de manusear comprimidos esfarelados ou quebrados de finasterida. Por inibir a conversão de testosterona em dihidrotestosterona, a absorção do remédio por mulheres grávidas poderia causar anormalidades na genitália de fetos do sexo masculino.
Finasterida Tópica
Várias experiências com a finasterida tópica têm sido feitas no mundo todo, os resultados são promissores. Muitos especialistas estão otimistas com essa nova maneira de tratamento, apesar de os estudos ainda serem poucos.
Em um estudo de 2012, concluiu-se que adicionar uma solução de 0.1% de finasterida ao Minoxidil trouxe resultados superiores ao Minoxidil de forma isolada. Em outro estudo, comparou-se a eficácia da finasterida tópica com a oral, e os resultados foram semelhantes (porém com menos efeitos colaterais). Em outro estudo mais recente (2014), foi observada uma eficácia na redução do DHT no couro cabeludo cerca de 40% melhor que com 1mg de finasterida em comprimidos, porém apenas com avaliações de curto prazo.
As formulações de uso tópico (como géis, cremes e loções) podem ser uma boa opção pois se aproveitam os benefícios da ação da finasterida no combate à calvície sem correr o risco dos efeitos colaterais no restante do organismo, pois a tópica será aplicada apenas nos folículos capilares.
Ainda não existe uma fórmula aprovada pelos órgãos reguladores e produzida em comercialmente para a finasterida de uso tópico, mas ela pode ser usada em fórmulas manipuladas.
Minha Experiência com a Finasterida Tópica
Descobri que tenho alopécia androgenética (AAG) há mais ou menos uns 9 anos. De lá para cá, eu tenho feito tratamentos capilares de diferentes formas e nesse tempo,nunca deixei de usar o Minoxidil.
Há uns 2 anos quando parei de tomar anticoncepcional tive uma queda violenta (como nunca tinha tido) que fiquei com falhas e pouquíssimo cabelo: isso ainda tratando com minoxidil e estrogênios conjugados. Aos poucos meu cabelo foi se recuperando de forma bem lenta. Até que fui em um médico e ele me passou uma fórmula com finasterida tópica.
Faz 2 meses que estou usando e estou muito otimista: o cabelo ainda cai, mas não de forma intensa, e já noto uma melhora no volume e na espessura dos fios. Vou fazer o tratamento por 6 meses e avaliar os resultados. Se continuar dando resultado, não pretendo deixar de usar.
Minha fórmula: (para referência)
- Minoxidil, 3%
- Finasterida, 0,1%
- Propilenoglicol, 10 ml
- Loção hidroalcoolica capilar, 90 ml
Esse médico que fui garantiu que não há efeitos colaterais para mulheres, desde que ela não engravide.
Quanto ao uso da finasterida é uma decisão que só você e o seu médico podem tomar. O ideal é procurar um bom profissional para fazer uma análise específica e minuciosa do seu quadro, examinar o seu perfil hormonal e pesar os riscos e os benefícios do tratamento.
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