O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) tem sido aconselhado por aliados a evitar declarações improvisadas sobre segurança pública, tema que deve ganhar peso no debate eleitoral. A recomendação busca prevenir novos desgastes como o ocorrido após sua fala na Indonésia, quando afirmou que “traficantes são vítimas de usuários” — declaração posteriormente corrigida, mas ainda usada pela oposição como arma política. A estratégia do entorno presidencial é manter o foco em mensagens oficiais e planejadas para não reforçar o discurso de que o governo seria leniente com o crime organizado.
Desde a megaoperação policial que deixou 121 mortos nos complexos do Alemão e da Penha, no Rio de Janeiro, Lula tem se manifestado apenas por meio das redes sociais. O presidente determinou o envio de uma comitiva ao estado e defendeu uma atuação coordenada contra o tráfico, sem colocar inocentes em risco. Nesta semana, ele sancionou o projeto de lei Antifacção, que prevê penas de até 30 anos para integrantes de organizações criminosas e amplia o poder do Estado e das polícias para enfraquecer financeiramente essas facções.
Enquanto isso, governadores de direita, liderados por Cláudio Castro (PL-RJ), anunciaram o “Consórcio da Paz”, uma aliança estadual para combater o crime organizado, e aproveitaram o momento para criticar o governo federal. Segundo pesquisa da AtlasIntel, a megaoperação no Rio tem apoio de 87,6% dos moradores de favelas e de 55% da população carioca em geral. Diante desses dados, o PT e o Planalto pretendem realizar novos levantamentos para calibrar sua comunicação e posicionamento sobre segurança pública.
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