Lula ainda classificou como "óbvio" que a reunião, que durou cerca de 45 minutos, não resultou ainda em uma ação concreta. "Não era possível - e nem vocês acreditavam - que numa única conversa a gente pudesse resolver os problemas".

Ainda cumprindo agenda na Malásia, onde participou da sessão de abertura da 20.ª Cúpula da Ásia do Leste nesta segunda-feira (27), o presidente Lula revelou uma "regra" estabelecida durante a reunião com Donald Trump que enterra, de vez, a conspiração contra o Brasil levada a cabo por Eduardo Bolsonaro (PL-SP) e Paulo Figueiredo nos EUA.
Falando rapidamente com jornalistas ao deixar o hotel em Kuala Lumpur, Lula explicou que ficou estabelecida uma relação direta com Trump para evitar que o presidente dos EUA caia nas narrativas levadas à Casa Branca pelo filho de Jair Bolsonaro (PL).
"O que nós estabelecemos é uma regra de negociação e toda vez que tiver uma dificuldade, eu vou conversar pessoalmente com ele. É isso. Ele tem o meu telefone, eu tenho o telefone dele", afirmou.
Lula ainda classificou como "óbvio" que a reunião, que durou cerca de 45 minutos, não resultou ainda em uma ação concreta. "Não era possível - e nem vocês acreditavam - que numa única conversa a gente pudesse resolver os problemas".
O presidente brasileiro ainda anunciou que a equipe que negociará com o governo Trump será composta pelos ministros Geraldo Alckmin (Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços), Fernando Haddad (Fazenda) e Mauro Vieira (Relações Exteriores), que terão como prioridade, além de por fim ao tarifaço, acabar com as sanções contra Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), e o ministro Alexandre Padilha, da Saúde.
"A minha equipe é o Alckmin, o Haddad e o Mauro Vieira. E nós queremos negociar o fim das punições ao nosso ministro da Suprema Corte, da punição contra o ministro Padilha e a sua filha, e a taxação. Porque a taxação, segundo a carta dele, foi equivocada numa mentira, de que eles [EUA] tinham déficit com o Brasil, e tem superávit. E ele sabe disso", disse.
Lula ainda confirmou que entregou a Trump um documento com todos os temas discutidos na reunião, trazendo fatos que desmentem a narrativa bolsonarista e ressaltou que acredita que os dois países farão "um bom acordo".
Ao final, Lula disse que viu os parabéns enviados por Trump de dentro o Air Force One e agradeceu. "Eu vi a mensagem, eu agradeço a mensagem, só vocês que não me deram o presente", disse o presidente, brincando com jornalistas.
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