O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) intensifica sua luta para revogar a Lei da Ficha Limpa, abrindo caminho para disputar as eleições de 2026. Atualmente inelegível até 2030, Bolsonaro defende que a penalidade seja reduzida de oito para dois anos e, em um vídeo publicado nesta sexta-feira (7), chegou a sugerir a revogação total da lei.
A movimentação do ex-presidente acontece em um momento no qual a Câmara dos Deputados, sob a presidência de Hugo Motta (Republicanos-PB), debate a flexibilização da regra. Motta, por sua vez, minimizou os atos de 8 de janeiro de 2023, afirmando que não houve tentativa de golpe de Estado.
Bolsonaro critica a Ficha Limpa e defende sua revogação
Em sua declaração, Bolsonaro argumentou que a Lei da Ficha Limpa é utilizada para perseguir políticos de direita. Ele citou como exemplos os casos de Luiz Inácio Lula da Silva, que teve condenações anuladas pelo Supremo Tribunal Federal (STF), e do ex-deputado Fernando Francischini, que perdeu seu mandato por disseminação de fake news.
“A Lei da Ficha Limpa serve apenas para perseguir a direita. O ideal seria revogar essa lei porque você não vai perseguir mais ninguém. Quem deve decidir se um candidato será eleito ou não é o povo, e não uma pessoa no Brasil”, declarou Bolsonaro, sem citar o nome do ministro do STF Alexandre de Moraes.
Hugo Motta descarta golpe de Estado em 8 de janeiro
O presidente da Câmara, Hugo Motta, negou que os atos de 8 de janeiro tenham sido uma tentativa de golpe e afirmou que foram protagonizados por “vândalos inconformados com o resultado da eleição”. Durante entrevista à rádio Arapuan FM, de João Pessoa, ele declarou:
“Golpe tem que ter um líder, tem que ter uma pessoa estimulando, apoio de outras instituições, como as Forças Armadas. Não teve isso. Ali foram vândalos e baderneiros demonstrando sua revolta. O Brasil foi muito feliz na resposta”.
Motta tem o apoio de Bolsonaro na Câmara, especialmente na pauta da flexibilização da Lei da Ficha Limpa. O ex-presidente também conta com o suporte de Davi Alcolumbre, um dos principais articuladores do Senado, para avançar com sua reabilitação política. Na semana passada, Motta e Alcolumbre foram apoiados pela bancada bolsonaristas em suas respectivas eleições.
Lula desafia Bolsonaro a disputar a eleição
O presidente Lula, por sua vez, entrou na discussão e desafiou Bolsonaro a enfrentá-lo nas urnas. Durante entrevista a rádios da Bahia nesta quinta-feira (6), Lula ironizou a tentativa do ex-presidente de voltar ao jogo político:
“Se ele quiser disputar comigo, é só aparecer na eleição. Vai perder outra vez”, disse Lula, referindo-se à derrota de Bolsonaro em 2022.
O futuro político de Bolsonaro depende diretamente da tramitação do projeto que busca alterar as regras da Ficha Limpa. Os apoiadores do petista prometem resistir à proposta do ex-presidente, argumentando que a lei é essencial para manter a integridade do processo eleitoral.
Adeus, Ficha Limpa?
A tentativa de Bolsonaro de revogar a Lei da Ficha Limpa intensifica sua batalha política para voltar ao cenário eleitoral. Enquanto seus aliados na Câmara buscam flexibilizar as regras, Lula e seus apoiadores trabalham para barrar qualquer mudança que beneficie diretamente o ex-presidente. O embate promete se estender nos próximos meses e pode ser um dos temas centrais das eleições de 2026.
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