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Reconvale Noticias : Reunião ministerial define produção nacional de alimentos como chave para reduzir preços

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva e alguns ministros do governo tiveram um encontro nesta sexta-feira (24) para discutir estratégias a fim de conter a alta dos alimentos. De acordo com o ministro da Casa Civil, Rui Costa, "os produtos que estejam com preço interno maior do que o preço externo", a gestão federal vai atuar com o objetivo de reduzir a “alíquota para forçar o preço a vir, pelo menos, para o patamar internacional”.
“Não justifica nós estarmos com preços acima do patamar internacional. Não tem a menor explicação para isso, já que o Brasil se constitui como um dos maiores produtores de alimentos de grãos do mundo", afirmou o titular da pasta, em Brasília (DF).
Em dezembro, a inflação aumentou para quase todas as faixas de renda, na comparação com novembro, informou o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). A exceção foi para as famílias de alta renda, com recuo de 0,64% para 0,55% de um mês para o outro. A inflação das famílias de renda muito baixa avançou de 0,26% em novembro para 0,48% em dezembro. O impacto veio principalmente dos grupos alimentos e bebidas e transportes.

No caso dos alimentos, mesmo com deflações de cereais (-0,98%), tubérculos (-7,2%), e leites e derivados (-0,63%), as consequências da forte alta das proteínas animais, como carnes (5,3%) e aves e ovos (2,2%), além dos reajustes do óleo de soja (5,1%) e do café (5%), justificam, em grande parte, o impacto desse grupo para os segmentos das classes de rendas mais baixas em dezembro.
Em 2024, a inflação oficial do país fechou em 4,83%, acima do limite máximo da meta estipulada pelo governo. A meta de inflação do governo para 2024 foi de 3%, com tolerância de 1,5 ponto percentual (p.p.) para mais ou para menos. O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) do ano ficou 0,33 p.p. acima.
Segundo Rui Costa, o governo e seus aliados estão buscando soluções dentro dos parâmetros técnicos e de mercado, e ele descartou a ideia de adoção de medidas intervencionistas ou heterodoxas, que fujam das práticas convencionais de mercado. "Quero reafirmar, taxativamente: nenhuma medida heterodoxa será adotada, não haverá congelamento de preço, tabelamento, fiscalização, não terá rede estatal de supermercado ou de lojas para vender produtos, isso não existe, isso sequer foi apresentado nesta reunião ou em qualquer outra", disse.
O governo espera uma melhora no cenário econômico devido ao aumento da produção agrícola esperado para este ano. "A expectativa é extremamente positiva de uma supersafra este ano. A nossa expectativa é que, na lei de mercado, uma maior oferta leve a um menor preço", argumentou Rui Costa.
O ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, destacou que o Brasil se consolida como um grande produtor de alimentos e que, em 2025, o aumento da produção fará com que a estabilidade de preços dos alimentos possa ser estabelecida. "É importante dizer que o presidente determinou que a gente já comece a discutir medidas de estímulo, um novo Plano Safra que estimule mais, principalmente os produtos que chegam à mesa da população. E é a partir disso, então, que nós vamos nos debruçar", pontuou.

A pedido do presidente Lula, será dada maior atenção à definição de políticas públicas e recursos já existentes para o estímulo da produção, com foco em produtos que fazem parte da cesta básica.
"Nós também vamos dialogar com o mercado, vamos chamar aqui reuniões de produtores para dialogar com eles sugestões de como reduzir os preços, aumentar a produção, vamos chamar mais uma vez a rede de supermercados, vamos chamar os frigoríficos grandes para conversar, os frigoríficos pequenos e médios, dialogando, portanto, com o mercado, que é onde o preço se realiza. Medidas que a gente pode somar no mercado mais as medidas institucionais de estímulos para a produção", disse Rui Costa.
"Fazer com que esses alimentos cheguem à mesa do povo, de uma maneira que caiba no salário do povo brasileiro, essa é a preocupação central do presidente, e acho que nossa tarefa é apoiar o produtor com crédito acessível e barato. Então, nós lançamos dois Planos Safras que foram recordes, que aumentaram o valor e aumentaram o subsídio no Plano Safra", frisou o ministro do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar, Paulo Teixeira.
"O segundo esforço é concentrar na produção de alimentos da cesta básica. Esses créditos têm que ir para a produção de alimentos e estímulos, nós diminuímos os juros para os alimentos, além de aumentar a produtividade do agricultor, do pequeno e médio agricultor, para que ele tenha um resultado melhor e que esse alimento chegue mais barato na mesa do povo", elucidou.
Commodities
O ministro Rui Costa destacou o impacto de fatores como o preço das commodities e o valor do dólar para o comércio de alimentos. "Num passado recente, o Brasil era grande exportador de produtos in natura, e hoje o Brasil vem se tornando o que os economistas chamam de supermercado do mundo, o que é positivo, porque gera emprego, porque nós passamos a processar esses alimentos e vender alimentos processados para o mundo inteiro", afirmou, ao pontuar que o país tem se consolidado como uma referência positiva no contexto econômico. "Vocês podem constatar isso na balança de exportação já de 2023, 2024, o crescimento da exportação brasileira de processamento de alimentos".
Participaram da reunião os ministros Rui Costa (Casa Civil), Fernando Haddad (Fazenda), Carlos Fávaro (Agricultura e Pecuária), Esther Dweck (Gestão e da Inovação em Serviços Públicos) e Paulo Teixeira (Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar), e o diretor-presidente da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), Edegar Pretto. Também estavam presentes o secretário-executivo do Ministério da Indústria e Comércio, Márcio Elias Rosa; a secretária-executiva do Ministério do Desenvolvimento Agrário, Fernanda Machiaveli; e o secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda, Guilherme Mello.

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