O motorista do caminhão que se envolveu no acidente com um ônibus da EMTRAM, no interior de Minas Gerais, procurou, nesta segunda-feira (23), a polícia, depois de fugir do local da batida. Ele não tinha permissão para dirigir.
O motorista se apresentou durante a tarde desta segunda-feira (23) na delegacia de Teófilo Otoni, no leste do estado. Ele estava acompanhado dos advogados e prestou depoimento. Ele fugiu do local do acidente na madrugada de sábado (21).
Agentes da Polícia Rodoviária Federal acompanharam a retirada da pedra que se soltou do caminhão. Ela vai passar por perícia. Os investigadores querem saber as dimensões da carga para verificar se o transporte era feito dentro das conformidades. A principal hipótese é de que o granito tenha atingido o ônibus.
Imagens de uma câmera de segurança podem ajudar na apuração. Elas mostram o momento em que a carreta se choca com o ônibus, que pega fogo.
A Polícia Civil informou que 41 pessoas morreram no acidente, enquanto a empresa, dona do ônibus, confirmou 39 mortes.
A Emtram declarou que o veículo estava com a documentação regular e pneus novos, velocidade adequada para o trecho e com o número de passageiros dentro da capacidade permitida; e ressaltou que está focada no apoio às vítimas e seus familiares, aguardando os laudos para tomar as medidas necessárias.
Em Vitória da Conquista, na Bahia, os parentes das vítimas doaram material genético para ajudar na identificação.
"Fizemos a coleta de sangue aqui em Conquista, no IML. E agora estamos aguardando notícia”, conta Lucas Batista da Silva, irmão de vítima.
"Nós fizemos o exame de sangue, está indo esse exame acho que para Belo Horizonte”, diz Carlos Santana Bispo, tio de vítima.
Na capital mineira, a Polícia Civil montou uma força-tarefa para agilizar a identificação. Até agora, 14 corpos foram identificados e cinco liberados. O processo de identificação é complexo porque a maioria das vítimas morreu carbonizada. Por isso, o material genético é fundamental para o trabalho das equipes no IML.
Em Teófilo Otoni, dois passageiros que estavam dentro do ônibus receberam alta do hospital.
"Quando eu senti foi o impacto. Aí que eu abri a janela, a porta do banheiro, o ônibus estava todo em chamas, de 7 m de altura de fogo. O pessoal todo apavorado, todo mundo gritando, criança, pessoas adultas, moças. E o fogo, a chama, levando tudo", conta Gilberto Gomes de Souza, autônomo.
"Eu consegui me pendurar de uma altura de 1,8 m, 2 m, mas não consegui pular. Quarta-feira é meu aniversário. Sou nascido no dia 25 de dezembro, vou fazer 42 anos. Graças a Deus eu consegui chegar até aqui. Agradecer a Deus por ter me dado mais uma oportunidade”, diz o auxiliar de produção Natalício Araújo Ramos.
Na noite desta segunda-feira (23), a Polícia Civil de Minas Gerais declarou que o motorista foi ouvido e liberado. Ainda segundo a polícia, a Justiça negou o pedido de prisão preventiva por não existir mais o flagrante. //g1
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