A operação da Polícia Federal (PF) que investiga uma organização criminosa acusada de planejar um golpe de Estado em 2022 já prendeu quatro pessoas. Trata-se de um general, três “kids pretos” (militar com formação especial de treianmento) e um policial federal.
Os nomes são: Mário Fernandes, general reformado que foi secretário-executivo da Presidência da República no governo Bolsonaro e ex-assessor do ex-ministro e deputado federal Eduardo Pazuello; os “kids pretos” Hélio Ferreira Lima, Rafael Martins de Oliveira, Rodrigo Bezerra de Azevedo; e o policial Wladimir Matos Soares. As informações são do Estadão.
As diligências fazem parte da Operação Contragolpe, que identificou um “detalhado planejamento operacional” chamado “Punhal Verde e Amarelo”, previsto para ser executado em 15 de dezembro de 2022, com o assassinato de Lula e do vice-presidente Geraldo Alckmin.
Conforme as investigações, o plano era planejar um golpe de Estado para impedir a posse e “restringir o livre exercício do Poder Judiciário”. O grupo também pretendia do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), caso o golpe desse certo.
Os agentes ainda vasculharam três endereços e deram cumprimento a 15 medidas cautelares diversas da prisão – proibição de manter contato com os demais investigados; proibição de se ausentar do país, com entrega de passaportes no prazo de 24 horas; e a suspensão do exercício de funções públicas.
Segundo a PF, o grupo “se utilizou de elevado nível de conhecimento técnico militar para planejar, coordenar e executar ações ilícitas nos meses de novembro e dezembro de 2022″.
“O planejamento elaborado pelos investigados detalhava os recursos humanos e bélicos necessários para o desencadeamento das ações, com uso de técnicas operacionais militares avançadas, além de posterior instituição de um ‘Gabinete Institucional de Gestão de Crise’ a ser integrado pelos próprios investigados para o gerenciamento de conflitos institucionais originados em decorrência das ações”, continuou o órgão.
As diligências foram realizadas no Rio de Janeiro, Goiás, Amazonas e Distrito Federal. A Operação investiga supostos crimes de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, Golpe de Estado e organização criminosa. O Exército acompanhou as diligências em razão da participação de militares na quadrilha sob investigação.
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