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Moro: o Batman da corrupção agora é o Coringa da malversação





Os últimos acontecimentos têm escancarado as verdadeiras, inconfessáveis e nada republicanas intenções da Operação Jato. O que se vê é abissalmente distante do propagado combate à corrupção e nem mesmo se pode associar a instrumento jurídico de propagação da ideologia de extrema-direita do ex-presidente, ao qual Moro e Dalagnol serviram tão docilmente. Não, caríssimo leitor. O que se tem aqui é a velha operação "rachid". O que propulsava a sanha persecutória que deu motivo ao maior case de lawfare no Brasil, era o bom e velho "faz-me-rir".
Aquilo que antes era uma espécie de dogma, e os jornalistas que ousamos criticar bem sabemos, trata-se de um projeto pessoal, uma maneira de dar outro rumo a parte do dinheiro levantado nos acordos de leniência da Lava Jato. E era muito dinheiro mesmo, valor mil vezes maior do que o do preço do triplex do Guarujá, que levou Lula, injustamente a prisão.
No relatório do ministro do STJ, Luís Felipe Salomão, corregedor do CNJ, fica claro que parte da multa de US$ 853,2 milhões, aplicada pela Justiça dos Estados Unidos à Petrobras, teria um destino inacreditável no mundo jurídico brasileiro. O dinheiro, 2,5 bilhões de reais, seria direcionado aos integrantes da Lava Jato, através de uma ONG criada pela força tarefa da operação.
Segundo uma fonte ligada a justiça do Paraná, a Fundação Lava Jato chegou a ter até CNPJ. Só não foi para frente porque o ministro Alexandre de Moraes suspendeu, em 2019, a intenção da ONG de Moro e Dalagnol em gerir os recursos que por direito pertenciam ao país.
Se todas os indícios de crimes apontados no relatório de Luís Felipe Salomão se comprovarem, ficará evidente que Moro trabalhava para os norte-americanos. Simples assim. E a questão aí envolve um problema ainda maior: o da soberania nacional. A guerra comercial ameaçando a sobrevivência de nossas empresas. Situação essa que mostra o quanto é contraditória a extrema-direita. Cadê o nacionalismo? Cadê o Brasil acima de todos? Entreguismo maior, não há.
Em tempo, achei estranho a Ajufe (Associação dos Juízes Federais do Brasil) se manifestar contrária à decisão do corregedor Luís Felipe Salomão de afastar a juíza Gabriela Hardt e três outros magistrados que atuaram em processos da Operação Lava Jato. Por que não fizeram o mesmo quando o juiz Eduardo Appio foi punido?
O Brasil é mesmo um país surrealista, digno de um romance de Gabriel García Márquez e muito bem contado pelo nosso genial Jorge Amado. O juiz que comandava a “maior operação” contra corrupção, pode, em breve, terminar como investigado criminalmente do maior desvio de dinheiro público em processo judicial. Moro foi do Batman, vingador de corruptos e corruptores, para Coringa, super vilão da pseudo-honestidade falaciosa.

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