Com um quepe de comandante de avião sobre a cabeça, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva participou no final da tarde desta sexta (26) de cerimônia em hangar da Embraer, em São José dos Campos (SP), quando a fabricante de aeronaves entregou um modelo E 2 para a companhia aérea Azul.
“Um país que tem uma Embraer, tem um ITA, tem uma cidade como São José dos Campos, uma Azul, não pode pensar pequeno”, disse o presidente. “Se a gente sonhar pequeno, nem lembra do sonho de manhã. As coisas grandes são resultado de muita coragem”, completou Lula, durante sua fala, que encerrou a cerimônia.
Lula se referiu à parceria entre a fabricante de aviões e ao Instituto Tecnológico de Aeronáutica - dois projetos nascidos de iniciativa estatal – que impulsionam o polo regional de São José dos Campos. A Azul, por sua vez, é a maior cliente da Embraer no Brasil.
O quepe de comandante que Lula ostentava foi um presente do presidente da Azul, John Rodgerson, que discursou antes. O executivo afirmou que, além do avião que a empresa recebeu nesta sexta, a Azul vai adquirir outras 13 “dessas lindas aeronaves” nos próximos três anos. “Vamos investir R$ 3 bilhões só em aviões”, disse. Dirigindo-se a Lula, antes de presentear o presidente com o quepe, Rodgerson disse: “Você é o comandante deste país”. A primeira-dama Janja Lula da Silva recebeu um quepe de comissária de bordo.
Bem-humorado, o vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, disse que São José dos Campos faz parte da “Grande Pindamonhangaba”, cidade da qual foi prefeito na década de 1970. Citando de memória diversos modelos de aviões que já foram produzidos pela Embraer, disse: “Desde criança acompanhei este orgulho que é o ITA, a Embraer”, Alckmin disse que projetos lançados este ano pelo governo federal, como o Nova Indústria Brasil, e a reforma tributária, que propõe desoneração das exportações, vai fazer o país crescer fortemente nos próximos anos. “Nas asas da Embraer e da Azul vão voar os melhores sonhos deste país”.
Reforçando o otimismo, o presidente da Embraer, Francisco Gomes Neto, afirmou que a empresa vai investir R$ 2 bilhões em 2023. “O apoio estratégico do governo é fundamental para nos garantir igualdade de oportunidade na disputa com fabricantes internacionais”.
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, aproveitou a cerimônia para pedir apoio do setor à aprovação das leis complementares da reforma tributária. "Nossa reforma oferece um forte estímulo para a aviação regional, com alíquotas diferenciadas. Hoje, conversando aqui, recebi algumas propostas de aprimoramento, que vamos estudar”.
O ministro de Portos e Aeroportos, também presente, afirmou que o governo Lula vai ampliar o número de aeroportos em todas as regiões do país. E pediu uma mudança de comportamento por parte das companhias aéreas brasileiras. “Nos Estados Unidos, cerca de 40% dos aviões são feitos pela Boeing. Na França, 40% são produzidos pela Airbus. E, aqui no Brasil, apenas 12% dos aviões são fabricados pela Embraer. Precisamos mudar isso”.
Sobre este tema, Lula afirmou que seu governo está empenhado em mudar a visão dos brasileiros sobre o próprio Brasil. O presidente discorreu sobre a necessidade de investimentos na estrutura turística brasileira. “Não adianta fazer reservas florestais se a gente fechar a porta e não deixar ninguém entrar”. Disse ainda que o governo está empenhado em mudar a mentalidade de parte do empresariado que ainda resiste a consumir produtos nacionais.
“Precisamos encontrar um jeito de fazer este país deixar de ser eternamente em desenvolvimento e se tornar rico”, disse. Ao afirmar que é necessária uma mudança de comportamento, Lula afirmou: “Nosso trabalho é fazer o Brasil gostar de si mesmo”
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