O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) deu aval para o governo votar a favor da distribuição de 50% dos dividendos extraordinários da Petrobras, o que pode significar uma entrada de aproximadamente R$ 6 bilhões nos cofres da União, acionista controlador da empresa estatal. A decisão foi tomada na tarde desta sexta-feira (19) após avaliação de que a medida não afetaria o plano de investimentos da companhia, segundo aponta reportagem da Folha de S. Paulo.
As ações da Petrobras (PETR4) tiveram fortes ganhos no pregão desta sexta-feira (19), refletindo a informação de que a companhia poderia, agora, distribuir 100% dos dividendos extraordinários, que foram retidos por decisão do conselho, formado majoritariamente por indicados do governo. Ao final do pregão, as ações da petroleira subiram 1,71%, cotadas a R$ 40,53, mas chegaram a saltar cerca de 3%, durante a tarde. Na máxima do pregão, atingiram R$ 41,07. Isso eleva a valorização dos papéis da petroleira – que foram penalizados pelo mercado, por conta da questão do dividendo e da possível saída do CEO, nas últimas semanas – a quase 9% em abril.
Em fato relevante divulgado na noite desta sexta (19), a Petrobras disse que seu conselho de administração tomou conhecimento da possibilidade de distribuição de dividendos extraordinários durante reunião de acompanhamento do Plano Estratégico 2024-2028. A estatal disse que a maioria do conselho considera satisfatórios os esclarecimentos e atualizações sobre a financiabilidade da empresa no curto, médio e longo prazo de modo que a eventual distribuição dos dividendos não comprometeria a sustentabilidade da empresa.
A proposta original da diretoria da Petrobras já era fazer a distribuição de 50% dos R$ 43 bilhões de lucro adicional que a companhia teve em 2024 sob a forma de dividendos extraordinários. Isso representaria uma receita adicional de R$ 12,59 bilhões para a União. No entanto, a medida foi barrada no conselho de administração com apoio massivo dos representantes do governo. Na ocasião, o presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, se absteve. A decisão deflagrou uma escalada nos desentendimentos entre Prates e o ministro Alexandre Silveira (Minas e Energia), que atuou pela retenção dos dividendos. O presidente da companhia passou a ser alvo de fogo amigo dentro do governo, com a especulação de nomes para substituí-lo no cargo. O processo de fritura de Prates se intensificou no início do mês, mas perdeu força nos últimos dias, garantindo a sobrevida do executivo no comando da estatal.
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