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Jesus não nasceu no dia 25/12: saiba mistérios e polêmicas sobre nascimento



                             Data de nascimento de Jesus Cristo é incerta
É impossível afirmar que Cristo nasceu, mesmo, no dia 25 de dezembro. Para Fernando Ripoli e Marcelo Carneiro, professores na Universidade Metodista de São Paulo, é importante enfatizar que Jesus não veio ao mundo nesta data e que na Bíblia não há nenhuma menção ao dia.
O Novo Testamento não faz menção a nenhum dia específico do nascimento de Jesus. Inclusive, a palavra 'Natal' não aparece. Na Bíblia, há relatos dos evangelistas sobre o nascimento de Jesus. E eram considerados relatos apenas para confirmar a maneira que Jesus nasceu.
Por que se comemora o Natal em 25 de dezembro?
Para entender como o Natal adotou o dia 25 de dezembro nos calendários, é preciso entender a origem do cristianismo.
Inicialmente, os cristãos eram parte de uma "seita" dentro do judaísmo. A separação ocorreria mais tarde.
Em 325, os cristãos, antes perseguidos no império romano, passaram a ter liberdade de culto; em 380, o cristianismo se tornou a religião oficial dos romanos.
E, entre o sincretismo religioso dos romanos, um dos deuses mais importantes era Mitra, o deus-sol. A festa dele? No dia 25 de dezembro.
A tradição cristã escolheu uma data, muito provavelmente em um movimento missionário, aproveitando a deixa cultural existente. Havia toda uma tradição dos povos na antiguidade com o chamado Solstício de inverno no hemisfério norte. E entre os romanos havia a adoração do sol invicto. Então, foi uma oportunidade para os cristãos ressignificarem a festa.
Onde Jesus nasceu, afinal?
A tradição cristã indica que Jesus, embora conhecido por Jesus de Nazaré, teria nascido em Belém. No entanto, de acordo com os especialistas consultados pelo UOL, o mais provável é que Jesus teria nascido em Nazaré mesmo.
No Evangelho de Marcos, não há menção a Belém; Jesus é sempre citado de Nazaré. E tudo indica que os textos que falam em Belém são construções teológicas para reforçar a ligação de Jesus com Davi. Jesus deve ter nascido em Nazaré mesmo.
Qual era a aparência de Jesus?
Esqueça o Jesus loiro e de olhos claros, com cabelo comprido, que é a imagem mais comum retratada na iconografia religiosa. O Jesus real, provavelmente, tinha uma aparência bem diferente do imaginário popular.
Houve uma pesquisa feita que levantou indícios, até utilizando o santo sudário. Não é algo definitivo, mas se aproxima bem. Jesus teria uma pele mais morena, barbudo, cabelo crespo, estatura mediana.
É importante saber que a expectativa de vida média do galileu na época era de 35 anos, independentemente da crucificação. Eles não tinham acesso a carne e comiam muitos legumes, mas, sem conhecimento nutricional adequado, os legumes não nutriam tanto. Nos estudos arqueológicos feitos com vestígios de ossos da época, se descobriram carência de cálcio e proteína. Eram um povo mais simples, com pouca estrutura de saúde física
Jesus existiu mesmo? Provavelmente
Embora, analisando pelo prisma da fé, a existência de Jesus seja inquestionável para os devotos do cristianismo, pelo aspecto histórico as evidências são indiretas.
Não há evidência material. Temos evidências indiretas: a cidade que nasceu, a profissão que exerceu, movimentos parecidos com o dele que são atestados em documentos. Outro aspecto que pode ser considerado um indício forte são os ensinamentos que expressam ideias diferentes daquelas que eram passadas por outros mestres rabínicos. E o fato de serem passados por terceiros é um indício de que há alguém por trás.
Para o professor, outras evidências históricas reforçam a possibilidade de Jesus ter, mesmo, existido - embora existam problemas na cronologia. De acordo com Carneiro, Jesus teria nascido por volta do ano 4 a.C e morrido por volta do ano 27 ou 29 d.C. - assim batendo com as figuras históricas da época citadas em passagens bíblicas.
Jesus como pessoa histórica tem uma probabilidade muito grande de ter existido, mesmo. O que ele fez, de fato, nunca vamos ter com clareza. Mas, da mesma forma, quando alguém fala, algum fundo de verdade tem. O que sempre digo para os meus alunos é que os textos não são relatos fidedignos, mas há relatos de fatos acontecidos. É um documento de fé, não é algo jornalístico.
Fonte: UOL

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