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"A morte veste a camisa amarela da Seleção e também o vermelho do PT", diz Hildegard Angel ao condenar violência policial | Reconvale Noticias


Em meio às diferentes operações policiais que resultaram em dezenas de mortes nesta semana em estados como São Paulo, Bahia e Rio de Janeiro, a jornalista Hildegard Angel condenou as políticas de truculência promovidas no Brasil e alertou: "isso não tem cor partidária. Assim como os governos de direita matam, as polícias dos governos de esquerda também matam. A cor da morte no Brasil é a cor dos pretos que morrem".
Em participação no Bom Dia 247 deste domingo, Hilde lamentou "o desprezo pela vida humana", classificando-o como o maior problema do Brasil. "Os governantes são poucos que se dão conta disso. Não tem pauta identitária, projeto social, Minha Casa Minha Vida, Comida Para Todos, que valha mais do que a valorização da vida humana. Precisamos de menos mortes e mais políticas pró-vida. Pra que daqui a 50 anos nós não tenhamos que fazer como o que acontece agora no DOI-CODI, aí em SP, nos três prédios desativados, onde pesquisadores da Unifesp estão coando a terra para encontrar fragmentos, fio de cabelo, um dente, um brinco, para poderem determinar numericamente o morticínio ocorrido ali onde estiveram sete mil presos e, estima-se, cinquenta mortos - mas deve ter sido muito mais", disse.
"E isso nós herdamos da impunidade da Ditadura Militar, da ferida não curada, dos temas escondidos, das delações jamais feitas. E isso tudo veio num rolo que cada vez aumentava mais de volume e que a naturalização da morte, da chacina, da perversidade e da eliminação de vidas humanas contaminou o país inteiro. Hoje o Brasil olha e escuta com indiferença, sem nem se deter, o noticiário das mortes. É muito triste isso", acrescentou a jornalista.
Hildegard condenou a atuação do governador bolsonarista Tarcísio de Freitas (Republicanos), a quem chamou de "filhote de Frankenstein” e destacou que ele deu declarações típicas de um genocida após a chacina do Guarujá. No entanto, ela relembrou que a violência não é exclusividade da direita no Brasil: "isso não tem cor partidária. Assim como os governos de direita matam, as polícias dos governos de esquerda também matam. Até batem recorde! No governo passado, da Bahia [Rui Costa, entre 2015 e 2022], houve 313% de aumento do número de mortes pelas polícias. Bateu recorde, nunca houve tanto. Dos 6 mil mortos pela polícia no Brasil, naquele período, a Bahia teve quase 2 mil, e continua matando igual. O novo governador [Jerônimo Rodrigues] também prestigia essa política de truculência. Nós temos que pensar, primeiro, na vida humana".

"Por isso eu digo: a bomba atômica não comove os brasileiros, porque estamos tão acostumados com a morte no nosso cotidiano que a gente não liga para isso. A morte veste a camiseta amarela da Seleção Brasileira, da extrema direita, do Tarcísio, do [Romeu] Zema, do [Ronaldo] Caiado, e veste o vermelho do PT, dos governadores, que também praticam essa política de segurança pública, que é a insegurança da maior parte do povo, que é a parte pobre e preta. Então a cor da morte no Brasil é a cor dos pretos que morrem":

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