Nesta quarta-feira (12), o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) é aguardado na sede da Polícia Federal (PF) em Brasília, às 14h, para prestar depoimento mais uma vez. A investigação busca esclarecer se Bolsonaro teve algum envolvimento na suposta trama golpista denunciada pelo senador Marcos do Val (Podemos-ES). Segundo informações da CNN, a defesa do ex-presidente teve acesso ao inquérito na segunda-feira (10) e os advogados estão trabalhando na elaboração de uma estratégia para as respostas. A expectativa é que Bolsonaro reafirme sua posição de não ter participado de qualquer trama golpista, além de explorar as contradições nas diferentes versões apresentadas por Marcos do Val.
Na terça-feira (11), o advogado de Bolsonaro, Paulo Bueno, compareceu à Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do dia 8 de janeiro e adiantou que o ex-presidente negará qualquer envolvimento. Ao longo deste ano, Bolsonaro já foi convocado a prestar esclarecimentos em outras três investigações, relacionadas aos atentados de 8 de janeiro em Brasília, ao caso das joias presenteadas pela Arábia Saudita e às fraudes nos registros de vacinação contra a Covid-19.
A denúncia feita por Marcos do Val em fevereiro afirmava que ele teria sido coagido por Bolsonaro e pelo ex-deputado Daniel Silveira (PTB-RJ) a participar de um golpe. Segundo o senador, a proposta consistia em gravar uma conversa sua com o presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Alexandre de Moraes, para que este admitisse extrapolar os limites constitucionais. Com essa gravação, aliados de Bolsonaro pediriam a prisão de Moraes e a anulação da vitória de Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Após o surgimento do caso, o magistrado ordenou a abertura de um inquérito. Nos dias seguintes, Marcos do Val alterou sua versão dos acontecimentos e tentou minimizar o suposto envolvimento de Bolsonaro, alegando inclusive que havia se enganado ao afirmar ter sido coagido. No mês passado, por determinação do Supremo Tribunal Federal (STF), a Polícia Federal realizou buscas em três endereços ligados a Do Val, apreendendo documentos, pen drives e equipamentos eletrônicos para análise.
O senador, que é titular na CPMI do dia 8 de janeiro, solicitou licença de sua vaga e continua afastado, conforme afirmou seu advogado à CNN, alegando que ele está "cuidando de si mesmo".
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