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Rotação do núcleo da Terra pode ter parado e arrisca inversão, diz estudo




Uma nova pesquisa, publicada na revista Nature Geoscience, sugere que a rotação do núcleo da Terra pode ter parado – e poderia até se inverter para o sentido contrário. Desde 2009, os registros sísmicos, que antes mudavam ao longo do tempo, mostraram pouca diferença.
O estudo de Yi Yang, cientista pesquisador associado da Universidade de Pequim, e Xiaodong Song, professor da Universidade de Pequim, foi divulgado na última segunda-feira 23. Os pesquisadores estudaram ondas sísmicas de terremotos que passaram pelo núcleo interno da Terra desde a década de 1960 para descobrir quão rápido ele está girando.


Para os cientistas, o resultado da pesquisa é surpreendente. “Mostramos observações surpreendentes que indicam que o núcleo interno quase cessou sua rotação na última década e pode estar passando por um retrocesso”, afirmam no estudo. “Quando você olha para a década entre 1980 e 1990, vê uma mudança clara, mas quando vê 2010 a 2020, não vê muita mudança”, acrescentou Song.


A Terra é formada pela crosta, pelo manto e pelos núcleos interno e externo. O núcleo interno sólido, que tem aproximadamente o tamanho de Marte e contém cerca de um terço da massa da Terra, está situado a cerca de 5 mil quilômetros abaixo da crosta terrestre e gira em uma velocidade diferente da rotação da própria Terra.


O conhecimento sobre a rotação do núcleo interno pode esclarecer como as camadas mais profundas da Terra interagem. Essa rotação é impulsionada pelo campo magnético gerado no núcleo externo e equilibrada pelos efeitos gravitacionais do manto. Com base no estudo, um pequeno desequilíbrio nas forças eletromagnética e gravitacional poderia diminuir e até mesmo reverter a rotação do núcleo interno.


No entanto, Hrvoje Tkalcic, geofísico da Universidade Nacional Australiana – que não participou do estudo –, afirma que a velocidade da rotação varia e nada alarmante está acontecendo. Para ele, o resultado do estudo “significa que o núcleo interno está agora mais sincronizado com o resto do planeta do que há uma década, quando girava um pouco mais rápido”, disse Tkalcic, em entrevista à emissora americana CNN.


Tkalcic argumenta, e Yang e Song concordam, que a análise de dados do estudo é sólida, mas que mais pesquisas são necessárias e mais dados e métodos inovadores precisam ser desenvolvidos para esclarecer essa dúvida sobre a rotação do núcleo da Terra e o que ela significa para o planeta.

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