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O grande fascista acha que vai escapar de novo | Reconvale Noticias




Sergio Cabral finalmente será solto, depois de seis anos preso. Dois mil e duzentos dias encarcerado. A prisão agora revogada pelo Supremo era preventiva.
Geddel Vieira Lima ficou preso por três anos e 10 meses. Eduardo Cunha perdeu a liberdade por três anos e cinco meses. Os dois sofreram ações preventivas da Justiça.

Marcelo Odebrecht, mantido preso preventivamente em Curitiba, como tortura para que delatasse quem Sergio Moro queria pegar, ficou na cadeia por dois anos e seis meses. Contido preventivamente.

Paulo Maluf ficou encarcerado por um ano e três meses. Lula foi perseguido pelo lavajatismo, para que não vencesse a eleição de 2018, e cumpriu pena de um ano e cinco meses, depois anulada pelo Supremo.

Dizem que não, mas prendem políticos no Brasil. Por prevenção ou por condenação, mesmo que forjada. Até Michel Temer foi preso. Por apenas seis dias, mas foi preso.

Prendem inclusive alguns da extrema direita, mas todos do segundo escalão para baixo. É a questão que se apresenta como dúvida e terá de ser resolvida pelo sistema de Justiça.

Quando, a partir da posse de Lula e dos esforços pela recuperação da normalidade, haverá ambiente para que cabeças do golpe fracassado sejam presos?

Não necessariamente Bolsonaro, nem os filhos de Bolsonaro e nem mesmo os militares que atuaram abertamente pelo golpe. Não, ou ainda não, alguém do entorno do poder em Brasília.

Quando será preso, pelo conjunto de indícios e provas de agressões ao Supremo, à eleição e à democracia, um grande fascista de ponta do bolsonarismo?

Divulgou-se no sábado que o pastor Fabiano Oliveira prega intervenção militar contra o comunismo na frente de um quartel de Vila Velha, no Espírito Santo, e ainda está solto porque a Polícia Federal não se sente segura para agir e prendê-lo.

Há ordem de prisão contra o pastor, mas o clima diante do quartel impede a ação da PF. A polícia prende Sarneyzinho do Maranhão, da chinelagem da extrema direita, mas não prende o pastor.

Não há nenhum movimento na direção da prisão de grandes fascistas, entre os quais se incluem empresários com muito dinheiro que se dedicaram a pregações golpistas descaradas antes e depois da eleição.

Os manés vão sendo recolhidos, como se estivéssemos no aquecimento do que virá mais adiante. Mas o que virá?

Não precisam tentar conter gente com mandato, porque os custos são incalculáveis. Os riscos são maiores do que os envolvidos na prisão do pastor.

Não precisam mandar prender deputadas e deputados que avalizam as falas de manés e patriotas pelo assassinato de ministros do Supremo. É complicado. Pelo menos por enquanto.

Mas em que momento serão presos fascistões sem mandato e sem imunidade, para que os manés não se sintam discriminados?

É razoável, em nome do bom senso, que ainda calculem a hora certa para que grandes fascistas se juntem aos manés. Mas é provável também que a hora certa já tenha passado.

Podemos estar caminhando, sem a prisão de grandes pregadores do golpe, para a tramitação sem fim de inquéritos e processos, como acontece com os casos dos vampiros das vacinas da Covid.

O fascistão que veio impune até aqui, e que anda muito quieto, aposta que a roda girou e que ele irá escapar de novo. Ele sempre escapa do Ministério Público e é bem tratado pelo Judiciário.

É difícil imaginar hoje que um golpista, muito mais perigoso do que Sergio Cabral, possa ficar seis anos preso.

É quase ilusão pensar que um fascista grandão, ativista do golpe, será preso antes de se consumar a prisão do sexto governador do Rio, que pode acontecer a qualquer momento, não por ser parceiro de Bolsonaro, mas por ser corrupto.

Por isso o fascistão impune espera que se esqueçam dele, para que possa voltar a conspirar contra o mesmo sistema de Justiça que ainda calcula o que pode ou não fazer contra quem o ameaça e o desafia.

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