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Lula se encontra com Arthur Lira para definir se continua com ele ou lança candidato à Câmara; Aguinaldo Ribeiro é um dos cotados





Após ataques na campanha eleitoral e sem nunca terem tomado um café juntos antes, o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), se reúnem na terça-feira (8), para negociar a transição de governo e a relação do futuro presidente com o Congresso.
Lula estará em Brasília para comandar a transição e se encontra com Lira em um momento crucial para os dois. De um lado, o petista quer negociar uma licença para gastar e cumprir as promessas de campanha. Lira, por sua vez, tenta atrair apoio do PT para a reeleição no comando da Câmara, em 2023, e manter o poder sobre as emendas do orçamento secreto.
A possibilidade de acordo entre os dois é minado por disputas internas e divisões que já ocorrem na equipe do futuro governo. No mesmo dia, Lula deve bater o martelo sobre a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da Transição, costurada pela equipe do novo governo para manter o Auxílio Brasil com o valor de R$ 600 a partir de janeiro.
Nos bastidores, parlamentares dizem que Lula precisará chegar na conversa com uma definição: se realmente vai “abraçar” Lira e já negociar o Orçamento de 2023 em troca do apoio ao presidente da Câmara ou se vai incentivar outra candidatura ao comando da Casa.
Se o segundo caminho for escolhido, é preciso começar a atrair quem pode desembarcar do apoio a Lira, que hoje tem maioria na Câmara, avisam aliados. Se a escolha for essa, os nomes mais citados nos bastidores para tentar desbancar o atual presidente da Câmara são os deputados Isnaldo Bulhões (MDB-AL), Marcos Pereira (Republicanos-SP), Aguinaldo Ribeiro (PP-PB) e Luciano Bivar (União-PE).
Parlamentares avisaram Lula que o PT não pode cometer o mesmo erro de governos anteriores, quando lançou candidatura própria para a Presidência da República e foi derrotado. O caso mais recente ocorreu em 2015, quando o partido não quis apoiar o deputado Eduardo Cunha, que derrotou o PT na disputa e abriu o processo de impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff no ano seguinte
“Não fui informado (da reunião entre Lira e Lula), mas acredito que será uma reunião proveitosa”, afirmou o deputado Claudio Cajado (PP-BA), presidente em exercício do partido de Arthur Lira. Atualmente, a legenda caminha para não integrar oficialmente a base de Lula, mas pode liberar os parlamentares a fazer um acordo com o petista. “Defendo uma pacificação, seja ela qual for, em nome da governabilidade”, disse o deputado Fausto Pinato (PP-SP).
Antes da reunião entre o presidente eleito e o presidente da Câmara, a bancada do PT deve fazer uma reunião para discutir a negociação. “É um momento de construir pontes para uma transição tranquila. Nossa expectativa é que a conversa seja para tornar oficial essa boa relação que os dois já estão vivendo”, disse o deputado Enio Verri (PT-SP), que comanda o PT na Comissão Mista de Orçamento (CMO), colegiado responsável por votar o Orçamento de 2023, o primeiro do próximo governo.
Também deve ser agendada uma reunião com o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), e a presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Rosa Weber, nesta semana
“Imperador”
Em maio, ainda na pré-campanha, Lula começou a atacar o Congresso e criticar o poder de Lira sobre o orçamento, entregue por Jair Bolsonaro (PL) por meio das emendas secretas. O petista chamou o presidente da Câmara de “imperador do Japão”, levando Lira a responder que poderia ser comparado a um imperador, “mas nunca a um ditador”. Depois, em agendas de campanha, Lula classificou o Congresso como o “pior da história” e ainda disse que iria “dar um jeito no Centrão”, grupo do presidente da Câmara.
“A conversa será boa. Ambos no clima, hora de colocar água fria e apaziguar ânimos”, disse o deputado Zeca Dirceu (PT-PR), um dos petistas escalados para fazer a ponte entre Lula e Lira.
Os dois conversaram por telefone no domingo do segundo turno, após o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) declarar Lula eleito. Segundo aliados do presidente da Câmara, o tom da conversa foi cordial e positivo. Tanto Lira quanto seu pai, Benedito, ex-senador, foram por longo tempo aliados dos governos do PT no Congresso. O telefonema começou com Lula perguntando da saúde do pai do parlamentar, o que animou e “desarmou” o deputado, de acordo com

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