Cerca e 60 professores e pesquisadores do Centro de Ciências Biológicas (CCB) da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) Se reuniram para debater e entender melhor as recomendações de pesquisadores e autoridades sanitárias de diversos países a respeito do uso de máscaras caseiras.
O debate, para que a população em geral adotasse o uso das máscaras, ganhou força nos últimos dias, e a comunidade científica concluiu que o uso de máscaras ajuda a prevenir a contaminação e a proteger outras pessoas da infecção pela Covid-19.
O grupo de especialistas da UFSC preparou então um documento também disponível em espanhol, explicando como o uso de máscaras pode ajudar a combater a pandemia causada pelo coronavírus.
Embasamento
O trabalho do grupo levou em consideração as opiniões científicas externadas recentemente pelo diretor geral do Centro para Controle e Prevenção de Doenças (CDC) da China, George Gao.
O cientista apresentou que as principais lições aprendidas durante a pandemia de Covid-19 foram a importância:
do distanciamento social dos indivíduos;
das estratégias não-farmacêuticas de controle de infecções (dentre elas a higiene de mãos intensa e repetitiva);
do isolamento e quarentena de todos os casos positivos;
da proibição de encontros públicos;
da restrição da movimentação da população.
Quando perguntado sobre o maior erro que ele estava percebendo na Europa e Estados Unidos, ele explicou um dos grandes erros que está levando a tanta propagação da infecção é que a população não está usando máscaras faciais.
“Sendo que o vírus se propaga por gotículas é muito importante que se usem máscaras para respirar e falar. Muita gente é assintomática ou pré-sintomática, porém contagiosa; usando máscaras essas pessoas evitariam contagiar outras”.
O uso de máscaras é uma medida adicional e nunca substitutiva às medidas de proteção já anunciadas pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e pelo Ministério da Saúde do Brasil, que incluem a higiene exaustiva das mãos, o distanciamento social e o isolamento de casos positivos”, alerta o documento.
Outro problema que o uso de máscaras caseiras ajuda a solucionar é a falta de máscaras comerciais para os profissionais de saúde. Os especialistas da UFSC alertam que o material de uso hospitalar deve ser reservado para os profissionais da saúde.
Máscaras seguras
Uma preocupação dos especialistas é a produção e uso de máscaras que não sejam eficientes na proteção. Por isso, o grupo sugere uma forma de fabricação das máscaras de forma relativamente simples mas que não leve a falhas que possam colocar em maior risco a saúde dos usuários.
Como fazer
Tecidos ideais para confecção:
Tecido não elástico (tipo tricoline ou malha de camiseta fina com quantidade mínima de algodão de 65% na sua composição) – fazer camada tripla conforme explicado a seguir, e adicionar um elemento filtrante absorvente de polipropileno + celulose, comumente vendido como rolos de papel de cozinha reutilizável (como por exemplo, da marca Scott Duramax, ou similar, veja composição, não qualquer papel-toalha de cozinha).
A máscara feita deste material é lavável e reutilizável. A folha de elemento filtrante precisa ser trocada após quatro usos (quatro desinfecções da máscara).
Tecido-não-tecido (TNT) de alta compactação e diferentes gramaturas (nunca menor de 45 g/m², e recomendado 100 g/m²) e 100% polipropileno – fazer camada tripla com o mesmo formato explicado abaixo, mas sem precisar do elemento filtrante sugerido para as de algodão. Uso único descartável.
Tamanhos ideais de tecido
Tamanho G
Pedaço externo: 30 cm (altura) x 23 cm (largura)
Pedaço Interno: 18 cm (altura) x 23 cm (largura).
Tamanho P
Pedaço externo: 25 cm (altura) x 23 cm (largura)
Pedaço Interno: 15 cm (altura) x 23 cm (largura).
Elásticos
Coloque dois elásticos de 17 cm cada, nas laterais, para segurar a máscara atrás das orelhas com alguma tensão.
A ideia é formar uma estrutura de envelope, por onde entrará a folha de papel absorvente de polipropileno+celulose (papel-toalha de cozinha reutilizável). Esta folha deve ser dobrada de forma que exceda um pouco o tamanho interno (altura) do bolso da máscara, a fim de evitar espaços desprotegidos com fluxo de ar não filtrado. Introduzir a folha e acomodar com as mãos com o cuidado de que chegue até os cantos internos da cavidade.
É recomendado que se faça pelo menos duas pregas no tecido, uma vez formado o envelope, e costurá-las nas laterais para melhor ajuste ao rosto. O tamanho dos elásticos (17 cm cada) e dos tecidos pode e deve ser modificada dependendo da estrutura facial de cada pessoa.
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