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Prefeito de Paranaguá vai distribuir remédio para piolho contra a Covid-19 em ginásio



O prefeito de Paranaguá (PR), Marcelo Roque (Podemos), usou o Facebook para anunciar que o antiparasitário Ivermectina será distribuído para a população em um ginásio de esportes próximo ao centro da cidade.

Segundo o governante, serão mais 1,4 milhões de comprimidos. A população de Paranaguá é de cerca de 150 mil habitantes. Então são quase 10 comprimidos por habitantes. A posologia recomendada na bula é de um a dois comprimidos por pessoa. Vai faltar piolho para tanto remédio…

Além da droga não ser recomendada pela Anvisa para o Coronavírus, o prefeito vai promover a aglomeração de pessoas em um ginásio de esportes. Isso vai contra a todas as recomendações de prevenção da Covid-19.

Confira a postagem do prefeito:

“Estamos preparando a logística de distribuição da ivermectina na Arena Albertina Salmon. Serão mais de 1,4 milhões de comprimidos para a população. O medicamento tem sido base de estudos no mundo todo e os resultados são positivos no bloqueio dos sintomas mais agudos.”
.A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) se posicionou contra uso desta medicação para prevenção e tratamento da doença pelo novo coronavírus, reforçando que o medicamento antiparasitário tem apenas indicação para uso conforme o que consta na bula, como no tratamento de escabiose e piolho.

Mesmo que se argumente que é uma tentativa de ajudar a população na ausência de medicamentos mais eficazes, essa distribuição deveria ser feita nos bairros para quem procurasse tratamento. Mas nunca em um ginásio onde centenas de pessoas vão respirar o mesmo ar.
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Mas Marcelo Roque preferiu comprar remédio suficiente para tratar 4 vezes a população toda da cidade, com dispensa de licitação, e sem nenhuma comprovação científica. O dinheiro não é dele, afinal…
Paranaguá gasta quase R$ 3 milhões com remédio para piolho contra a Covid-19

A prefeitura de Paranaguá, cidade portuária no Litoral do Paraná, fez uma aquisição emergencial do antiparasitário Ivermectina, para tratamento precoce do coronavírus. A compra foi feita com dispensa de licitação.
Foram adquiridas 352 mil caixas do medicamento, com quatro comprimidos cada. Isso dá mais de duas caixas do medicamento por pessoa. Paranaguá tem aproximadamente 150 mil habitantes.
.Foram gastos R$ 2.992.000,00 com o medicamento, que foi adquirido junto à Vitamedic Indústria Farmacêutica Ltda.
Na quinta-feira (9), o prefeito Marcelo Roque (Podemos) havia anunciado a distribuição de um milhão de comprimidos. De acordo com ele, estudos científicos recentes apontam que a intervenção precoce, nos casos leves e assintomáticos da Covid-19, tende a produzir efeitos benéficos evitando a evolução da doença.
“Tendo em vista o resultado positivo em outros municípios com o uso da Ivermectina, decidimos adotar, desde segunda-feira (06), esse protocolo (…), a fim de fazermos uma barreira sanitária, com o objetivo de imunizar os moradores da cidade”, afirmou Roque.
.A secretária municipal de Saúde, Lígia Regina de Campos Cordeiro, também destaca o “resultado positivo esperado de uso em outros municípios no contágio ao vírus Covid-19”, provocado pela Ivermectina.
“Considerando as atuais fundamentações nas literaturas vigentes, referente aos efeitos benéficos dos tratamentos profiláticos, objetivando a prevenção de infecções por SARS-CoV-2, bem como atenuar a gravidade das infecções resultantes”, disse.
Sem eficácia comprovada
Apesar de um suposto “kit contra a Covid-19”, contendo Ivermectiva, Cloroquina e vitaminas estar sendo distribuído por algumas prefeituras do país, organizações e grupos de pesquisa científica e prática médica de Santa Catarina (SC), e nacionais, divulgaram, na terça-feira (07), uma carta aberta condenando a distribuição.
.De acordo com o documento, o “protocolo de tratamento precoce da doença é hipotético e não tem qualquer comprovação de eficácia, apresentando riscos à saúde dos pacientes e ao controle da pandemia”. “Tais iniciativas estimulam a aplicação de recursos de forma equivocada, geram falsas expectativas, falsa sensação de segurança na população, impactam negativamente na adesão às medidas reconhecidamente eficazes de proteção e prevenção do SARS-CoV-2, e, ainda, podem causar efeitos colaterais significativos”, diz um trecho da carta encabeçada pela Secretaria Regional de SC da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC-SC).
No caso da Ivermectina, usada no tratamento de vários tipos de infestações por parasitas, a SBPC-SC lembra que, até agora, apenas um estudo realizado em laboratório (in vitro) indicou que o antiparasitário pode inibir a replicação do vírus SARS-CoV-2, mas, mesmo assim, em doses muito superiores às aprovadas e seguras para uso em humanos.
Esta pesquisa foi realizada por pesquisadores do Instituto para a Infecção e a Imunidade Peter Doherty (Austrália), e publicada, no mês passado, pelo periódico Antiviral Research. No entanto, o uso do medicamento ainda precisa ser testado em humanos.
.A própria Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) desaconselha o uso do medicamento no caso da Covid-19.

“Desperdício de recursos públicos”
Por fim, a carta dos especialistas salienta que a distribuição dos kits pelas prefeituras e a proposta de ampliação de seu uso representam um desperdício de recursos públicos com iniciativas ineficazes no combate à doença, tirando dinheiro de investimentos na ampliação das ações que comprovadamente auxiliam no controle da pandemia.
.“Acabam, assim, por potencializar e agravar a crise sanitária que vivemos, causar efeitos colaterais indesejados em quem se submeter ao suposto ‘protocolo profilático’, além de retardar o controle da epidemia e, consequentemente, o retorno pleno dos setores econômicos e da vida social”, concluem.
Bom, pelo menos o prefeito Roque não quer aplicar injeções de desinfetante como sugeriu o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.
Com informações do JB Litoral.

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