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Se Sara Winter conseguiu, o Brasil pode conseguir


Voltou ao vocabulário do país o termo follow the money (em português, siga o dinheiro), que revelaria os donos das contas bancárias que financiam os manifestantes profissionais. No entanto, seria igualmente interessante que houvesse um follow the support (siga o apoio). Provavelmente, a investigação levaria a rampas e palácios surpreendentes. Ou não.

Poucos brasileiros se dedicaram tanto a algum objetivo quanto a manifestante Sara Winter se dedicou a ser presa. Na manhã desta segunda (15), a apoiadora de Bolsonaro finalmente conseguiu o êxito de ser detida, em Brasília, pela Polícia Federal, que cumpriu um mandado assinado pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal.

A líder do grupo de ultraesquisitice “300 do Brasil” – que muita gente boa defende estar mais para “30” mesmo –, de inspirações estéticas bebidas na Ku Klux Klan, poderia ter sido presa por diversos inquéritos ou motivos. 

O que não faltava na trajetória da moça era crime. Um clássico brasileiro em que se pode jogar páginas de fichas corridas para o alto e pescar uma, qual sorteios do Caminhão do Faustão e que tais. A cartinha sorteada pela PF foi inquérito que investiga movimentos antidemocráticos.

A nossa Sara Winter, no entanto, sequer é original. A verdadeira é Sarah Winter née Domville-Taylor, morta em 1944, membro do partido União Britânica de Fascistas e espiã do Partido Nazista, de Hitler. O codinome escolhido pela paulista Sara Fernanda Giromini, de 27 anos, é só uma homenagem.

Se a ultradireitista fosse apenas mais uma maluca incensada pelo governo de Jair Bolsonaro, já seria um caso grave. Mais grave ainda é que Sara Giromini não esconde as pretensões políticas que tem – embora não tenha conseguido se eleger deputada federal do Rio de Janeiro pelo Democratas nas eleições de 2018. E, gravíssimo, recebeu a acolhida de Bolsonaro: ganhou, em 2019, o cargo de coordenadora de políticas à maternidade do Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, pasta de Damares Alves.

Voltou ao vocabulário do país o termo follow the money (em português, siga o dinheiro), que revelaria os donos das contas bancárias que financiam os manifestantes profissionais. No entanto, seria igualmente interessante que houvesse um follow the support (siga o apoio). Provavelmente, a investigação levaria a rampas e palácios surpreendentes. Ou não.

Junto com Sara, foram presas mais cinco pessoas. Apenas dois dias antes, o acampamento do agora “294 do Brasil” foi desmontado pela Polícia Militar por ordem do governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB), prontamente chamado de “comunista” por Sara. 

Embora ela tenha pedido publicamente ao presidente da República alguma reação à medida de desmonte do acampamento, quem liderou a defesa do grupelho foi o ex-futuro-diplomata e deputado federal 03 (PSL-SP): “O que essas pessoas estavam fazendo de errado ou ruim para que o governador Ibaneis determinasse sua remoção?”, indagou Eduardo Bolsonaro. 

O follow the money pode ser esclarecedor, realmente. Mas descobrir quem dá suporte político a grupos antidemocráticos de inspirações nazifascistas pode ser libertador.
                                Fonte : www.ultrajano.com.br

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