O ex-juiz Sérgio Moro não gostou nada da decisão do presidente Bolsonaro de trocar o comando da Polícia Federal. Nesse momento há um impasse sobre a permanência do ex-chefe da lava jato no ministério da Justiça.
Moro avalia que, sem o comando da PF em suas mãos, sobra pouca coisa para ele fazer no governo e seria melhor ensacar a viola. Bolsonaro não quer que Moro saia pois a popularidade do ex-juiz dá segurança ao seu governo. Mas Moro não tem a intenção de ficar como uma figura decorativa.
O presidente Bolsonaro comunicou a Moro que irá trocar o comandante da Polícia Federal, escolhendo um nome da confiança do presidente.
O atual diretor da PF, Mauricio Valeixo, é da cota e da confiança do ministro da Justiça Sergio Moro. Essa é mais uma ação de esvaziamento de poder do ex-juiz, tido por muitos como um potencial adversário para a eleição de 2022.
Moro teria comunicado a Bolsonaro com firmeza que se o presidente insistir em trocar Valeixo por um nome de sua confiança, ele vai junto. Será?
Uma coisa é certa, caso Bolsonaro e Moro se entendam, vamos ter uma nova chuva de ataques à imprensa e aos jornalistas com acusações de que a mídia está inventando e semeando a discórdia no interior do governo.
Moro pode deixar governo Bolsonaro até julho de 2020
(Publicado em 27 dezembro, 2019) – O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) deu a senha ontem (26) à noite, durante a última live do ano, sobre o esgarçamento da relação com o ministro Sérgio Moro. “Que seja feliz”, disse, em tom de ‘liberação’ do titular da Justiça para deixar o cargo.
“O Moro tem um potencial enorme. Ele é adorado no Brasil. Pessoal fala que ele deve encarar como presidente. Se o Moro vier, que seja feliz, não tem problema, vai estar em boas mãos o Brasil”, passou recibo Bolsonaro.
O fato é que o núcleo duro da força-tarefa Lava Jato, que coordena a pré-campanha do ex-juiz, corrobora os números divulgados esta semana sobre a popularidade de Moro: em 1 ano, o ministro perdeu 23% de aprovação; se continuar no governo Bolsonaro, chegará na eleição de 2022 com popularidade negativa.
Correligionários do ministro da Justiça se dividem em duas alas: 1- a que advoga a tese da saída imediata do governo, aproveitando a crise acerca do juiz das garantias; e 2- a que acredita ser possível conviver com Bolsonaro até julho de 2020, mais seis ou sete meses no cargo, portanto.
A questão central é que já são favas contadas a candidatura de Sérgio Moro ao Palácio do Planalto, em 2022. O presidente Jair Bolsonaro, incontinente, o trata como “inimigo” e alvo a ser abatido, sob pena de ser apeado do governo.
Bolsonaro também estuda a melhor maneira para se desvencilhar de Moro. Uma das estratégia seria amplificar a incompetência do ministro na Segurança Pública, área malvista pela população, sobretudo no combate à corrupção.
Durante este primeiro ano no governo, Sérgio Moro praticamente foi derrotado em todas as pautas que defendeu no governo e no Congresso Nacional. Ele foi esmagado por uma aliança tácita entre a esquerda e Bolsonaro. Vide o caso do juiz das garantias.
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