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Bolsonaro afirma que não irá renovar a concessão da Rede Globo em 2022; assista



A existência da Rede Globo pode ter entrado em contagem regressiva, se o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) levar a cabo a ameaça de não renovar a concessão para o funcionamento da emissora, em 2022.


“Globo lixo. Lixo, não, que dá para reciclar. Se não tiver com a contabilidade certinha, em 2022, não terá a concessão renovada”, ameaçou o presidente. “Não vou dar dinheiro a vocês, Globo. Não tem dinheiro para vocês”, completou.

Bolsonaro estava particularmente irritado com a decisão do ministro do STF Alexandre de Moraes.

Moraes barrou monocraticamente a nomeação do diretor-geral da Polícia Federal, Alexandre Ramagem, alegando que o delegado é amigo da família Bolsonaro.

Na decisão liminar do STF, Moraes sustentou que a relação entre os dois [Bolsonaro e Ramagem] é um dos argumentos no veto à nomeação, pois, segundo entendimento parcial, estaria em desacordo com o princípio da impessoalidade, fundamental ao serviço público.

Ramagem foi chefe de segurança pessoal de Bolsonaro na campanha de 2018, depois de o então candidato sofrer o atentado a facada em Juiz de Fora (MG).

“Conheci ele um dia depois do segundo turno [da eleição em 2018] porque a PF resolveu trocar alguns de seus delegados, achava que eu, como presidente eleito, deveria ter um cuidado mais especial do que vinha tendo”, disse o presidente.

“Como é que o senhor Alexandre de Moraes foi para o Supremo? Amizade com o senhor Michel Temer. Ou não foi?”, contra-atacou Bolsonaro, na manhã de hoje, pouco antes de viajar a Porto Alegre, onde cumprirá agenda oficial. Para o presidente, a amizade entre os agentes pública “não justifica a questão da impessoalidade”.

Assista à ameaça de Bolsonaro à Globo:

Globo coloca 5,5 mil mortes por coronavírus na conta do presidente Jair Bolsonaro

A Rede Globo não tem dúvidas de que as declarações do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) têm contribuído muito para o aumento de mortes por coronavírus no Brasil. Segundo o jornalista William Bonner, âncora do Jornal Nacional, desde o começo da pandemia o chefe de Estado minimizou ou subestimou o perigo que o vírus representa para os brasileiros.

O Brasil tem oficialmente 5.513 mortes provocadas pela Covid-19 e 79.685 casos confirmados na manhã desta quinta-feira, dia 30 de abril, diz o Ministério da Saúde.

No entanto, o Jornal Nacional bateu na tecla ontem à noite que há subnotificação de coronavírus em todo o país. A emissora mostrou filas de caminhões frigoríficos e carros funerários me frente de necrotérios em Belém (PA) e Manaus (AM), bem como drama de pessoas que não conseguem vagas nas UTIs e acompanhar os sepultamentos. Os corpos seguem enterrados em covas coletivas.

Segundo a Rede Globo, o Brasil pode ter até dez vezes mais mortes das que foram notificadas pelo Ministério da Saúde. Ou seja, o País pode ser o que mais tem o número de mortes no mundo pelo coronavírus.

Para Bonner, do JN, o “E daí?” do presidente Jair Bolsonaro não foi a primeira reação de desdém pelas mortes de brasileiros pelo coronavírus.

Há nove dias, quando questionado sobre o aumento do registro de óbitos pela Covid-19, Bolsonaro disse que não é coveiro. Foi mais uma entre muitas declarações que demonstram que desde o começo da pandemia ele minimizou ou subestimou o perigo que o vírus representa.

Em 9 de março, nos Estados Unidos, o presidente se dirigiu a uma plateia de empresários para dizer que havia exagero nas preocupações, provavelmente por razões econômicas.

“Tem a questão do coronavírus também, que no meu entender está sendo superdimensionado o poder destruidor desse vírus. Então, talvez esteja sendo potencializado, até por questões econômicas.”

No dia seguinte, as bolsas do mundo todo caíram em meio à propagação do vírus. Ainda nos Estados Unidos, o presidente minimizou o problema e acusou a imprensa de todo o planeta.

“Obviamente temos no momento uma crise, uma pequena crise. No meu entender, muito mais fantasia, a questão do coronavírus, que não é isso tudo que a grande mídia propala ou propaga pelo mundo todo.”

No dia 11 de março, a Organização Mundial da Saúde declarou que o mundo enfrentava uma pandemia. Na porta do Alvorada, repórteres pediram a opinião do presidente Bolsonaro.

“Eu não acho… eu não sou médico. Eu não sou infectologista. O que eu ouvi até o momento [é que] outras gripes mataram mais do que essa.”

No domingo, 15 de março, o presidente participou de uma manifestação de apoiadores em Brasília e contrariou as recomendações de isolamento social. No dia seguinte voltou a dizer que havia exagero nas preocupações com o coronavírus.

“Existe o perigo, mas está havendo um superdimensionamento nesta questão. Nós não podemos parar a economia. E eu tenho que dar o exemplo em todos os momentos. E fui, realmente, apertei a mão de muita gente em frente ao Palácio, aqui na Presidência da República, para demonstrar que estou com o povo.”

Na terça, 17 de março, o Brasil registrava a primeira morte por Covid-19, mas o presidente classificou de histeria a preocupação com o coronavírus.

“Esse vírus trouxe uma certa histeria. Tem alguns governadores, no meu entender, eu posso até estar errado, mas estão tomando medidas que vão prejudicar em muito a nossa economia.”

Três dias depois, o Brasil confirmava 11mortes. No Palácio do Planalto, o presidente deu uma declaração que causou perplexidade na comunidade médica e científica.

“Depois da facada, não vai ser uma gripezinha que vai me derrubar.”

No dia 24 de março, em cadeia nacional de rádio e televisão, Bolsonaro voltou a classificar a Covid-19 de gripezinha.

“Pelo meu histórico de atleta, caso fosse contaminado pelo vírus, não precisaria me preocupar, nada sentiria ou seria acometido, quando muito, de uma gripezinha ou resfriadinho.”

Dois dias depois, no Palácio da Alvorada, o presidente disse que o brasileiro não pega nada, ao comentar o avanço dramático da epidemia nos Estados Unidos.

“O brasileiro tem que ser estudado. Ele não pega nada. Você vê o cara pulando em esgoto ali, sai, mergulha, tá certo? E não acontece nada com ele. Eu acho até que muita gente já foi infectada no Brasil, há poucas semanas ou meses, e ele já tem anticorpos que ajuda a não proliferar isso daí.”

No dia 29 de março, o presidente provocou aglomeração ao sair para passear em Brasília. Depois, disse que o vírus precisava ser enfrentado como um homem, não como um moleque.

“O vírus tá aí. Vamos ter que enfrentá-lo, mas enfrentar como homem, não como um moleque. Vamos enfrentar o vírus com a realidade. É a vida. Todos nós iremos morrer um dia.”

No dia 2 de abril, Bolsonaro disse que o vírus não era isso que estavam pintando e ridicularizou quem temia se contaminar e adoecer.

“Tá com medinho de pegar vírus? Tá de brincadeira. O vírus é uma coisa que 60% vai ter ou 70%. Não vai fugir disso. A tentativa é de atrasar a infecção para os hospitais poderem atender.”

No dia 12, o presidente voltou a provocar espanto ao dizer que a pandemia estaria acabando.

“Quarenta dias depois, parece que está começando a ir embora a questão do vírus.”

Menos de uma semana depois (18/04), quando mais de 2,3 mil brasileiros tinham morrido, Bolsonaro disse que havia medo em exagero.

“Temos um vírus que está aí. Infelizmente tem morrido gente. Tem, né? Ninguém falou que ia ser diferente. Mas o pavor foi demais.”

No dia 20, as mortes no Brasil passavam de 2,5 mil. Os repórteres pediram um comentário do presidente da República sobre esse número. Bolsonaro reagiu assim:

“Oh cara, quem fala, eu não sou coveiro, tá certo? Eu não sou coveiro.”

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