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Bolsa brasileira tem pior semana desde crise econômica de 2008



Mesmo com a forte recuperação do Ibovespa nesta sexta-feira (13), a Bolsa brasileira registrou a pior semana desde a crise financeira de 2008. Desde segunda (9), o índice se desvalorizou 15,63% e terminou cotado a 82.677 pontos, o menor patamar desde as eleições de 2018, que elegeram Jair Bolsonaro presidente.

A semana, marcada pela aversão a risco frente aos impactos econômicos do coronavírus, também foi uma das mais voláteis da história. Nesta sexta, o Ibovespa chegou a subir 15,4% na abertura e operar perto da estabilidade por volta das 12h30.

O índice, contudo, voltou a ganhou força à tarde e fechou em alta de 13,91%. Na véspera, ele despencou 14,8% depois de dois circuit breakers -paralisação das negociações em quedas acentuadas, na pior queda diária desde 1998, ano marcado pela crise russa.

“As pessoas aproveitaram para comprar coisas barata logo cedo, mas muita gente embolsou ganhos. Quem vai querer terminar o pregão posicionado hoje sem saber o que acontece sábado ou domingo? Melhor dormir tranquilo”, afirma Henrique Esteter, analista da Guide. ​

Analistas apontam que a mínima do índice nesta sexta se deve à notícia da Fox News de que Boslonaro teria testado positivo para o coronavírus. A informação foi negada pelo presidente.

“Estamos enfrentando três fatores: a crise econômica, com dados e economia fracos, uma crise política, com conflitos entre o Congresso e equipe econômica atual e agora o coronavírus e a interrupção de atividades. Somamos a isso o clima de aversão global e temos o câmbio estressado”, diz Ilan Arbetman, da Ativa Investimentos.

Na última semana, o ministro da Economia, Paulo Guedes, e o presidente da Câmara Rodrigo Maia (DEM-RJ) trocaram provocações acerca da responsabilidade sobre medidas para amenizar os efeitos econômicos do coronavírus. Segundo Guedes, no pior dos cenários, a economia brasileira pode crescer apenas 1% em 2020 devido a doença.
Nos últimos dias, o Ibovespa também acompanhou a volatilidade e a recuperação das Bolsas europeias e americanas.

Nesta sessão, o índice Stoxx 600, que reúne as maiores companhias da Europa, subiu 1,4%. Londres teve alta de 2,46%, Paris, 1,83% e Frankfurt, 0,77%. Nos Estados Unidos, Dow Jones subiu 9,36%, S&P 500, 9,29% e Nasdaq, 9,35%.

Na quinta (12), EUA e Europa tiveram a maior queda diária desde a Segunda-Feira Negra, em 1987, quando o índice Dow Jones, da Bolsa de Nova York, desabou 22,61%. A queda, contudo, foi amenizada pela injeção de US$ 1,5 trilhão em liquidez no mercado anunciada pelo Fed, banco central americano.

Nesta sexta, o presidente americano, Donald Trump, declarou estado de emergência nos EUA, o que libera até US$ 50 bilhões em gastos. Ele também anunciou testes gratuitos para o coronavírus, que vão funcionar como um "drive thru", em que a pessoa não precisa sair do seu carro para que uma amostra seja recolhida.

Mais cedo, a presidente da Câmara dos EUA, Nancy Pelosi, disse que a casa iria aprovar medidas contra a crise do coronavírus, independente das negociações com o governo de Trump. Além do teste gratuito, democratas querem licença médica paga e maiores benefícios para os desempregados.

As medidas deixaram investidores mais confiantes. O rendimento do título do Tesouro americano disparou para 0,989% ao ano, maior patamar desde 4 de março.
Um rendimento maior do Tesouro é sinal de menor aversão a risco do mercado.

Enquanto investidores estão mais confiantes e compram ações, muitos resgatam investimentos nesses títulos, que são mais seguros. O movimento faz o rendimento destes títulos subir.

Com uma maior confiança na economia americana, o dólar ganhou força ante a maior parte das divisas globais, como o euro e a libra.

No Brasil, o dólar subiu 1,02%, a R$ 4,8280, novo recorde nominal (sem contar a inflação). O dólar turismo está a R$ 4,9620 na venda. Em casas de câmbio, é vendido acima desse patamar.

Nesta sexta, o Banco Central (BC) vendeu R$ 2 bilhões em leilão de linha —venda com compromisso de recompra.

Com menor aversão a risco, o mercado voltou a precificar corte na Selic na próxima reunião do Copom. Segundo a curva de contratos de juros futuros, a redução deve ser de 0,25 ponto percentual, o que levaria a Selic para 4% ao ano.

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