O presidente Jair Bolsonaro (PSL) criou sua própria guerra – a do ‘café sem leite’ — parodiando a Revolução de 1930 que eliminou a política do ‘café com leite’. Que o diga o deputado Domingos Sávio (PSDB-MG), arrependido do apoio dado ao capitão reformado do Exército.
Em vídeo publicado nas redes sociais, o parlamentar mineiro reclama da extinção de tarifas antidumping que o Brasil impunha sobre a importação de leite da União Europeia e da Nova Zelândia.
Para o tucano arrependido, a medida anunciada pelo ministro da Economia, Paulo Guedes, tira emprego dos produtores de leite brasileiros. “É um atentado contra a economia nacional”, denuncia.
O diabo é que os representantes do agronegócio apoiaram a eleição de Bolsonaro justamente pelas propostas liberais. Portanto, da perspectiva do laissez-faire, Guedes está certo e o deputado agroboy está equivocadíssimo.
Agora, do ponto de vista do fortalecimento do Estado e de políticas públicas, o governo Bolsonaro erra ao possibilitar a quebra de um setor produtivo em nome de um fetiche: a economia de mercado liberal.
“É visão rasteira de política econômica, vai prejudicar a cadeia leiteira no país, que é uma das mais importantes para a segurança alimentar e para sustentação da agricultura familiar. O leite gera renda para milhares de famílias, em especial nos 3 estados do Sul”, disse esta semana a deputada federal Gleisi Hoffmann (PT-PR), presidenta nacional do PT.
O líder do PT na Câmara, deputado Paulo Pimenta (PT-RS), também se manifestou acerca do polêmico tema. “Uma decisão de Bolsonaro e Paulo Guedes vai quebrar milhões de pequenos e médios produtores de leite no Brasil”, afirmou o petista cujo estado, o Rio Grande do Sul, é um dos maiores produtores de leite do país.
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