Durante dois meses, Rafael Henrique Silva Dutra, de 32 anos, fingiu ser a médica Gabriela Rabelo Cunha, de 44, em sua conta do WhatsApp. Ele foi preso nesta quarta-feira (30) pela Polícia Civil do Distrito Federal por sequestrar, roubar, matar e ocultar o corpo da médica, que era diretora do Hospital Regional de Taguatinga. Ele também deve responder por furto mediante fraude.
Rafael trabalhava como motorista particular de Gabriela havia dois anos e teria a matado em 24 de outubro de 2018. Desde então, ele começou a se passar por ela no WhatsApp dizendo a familiares que teria se internado em uma clínica de repouso para tratar da depressão.
Nas conversas, ele disse, fingindo ser Gabriela, que voltaria para casa no Natal. Como a médica não apareceu, as suspeitas começaram e os familiares resolveram fazer uma queixa à polícia.
Segundo o Correio Braziliense, Rafael também realizava movimentações bancárias para a médica, no lugar da mãe dela, que se afastou para tratar de um câncer. "Ele era o motorista de confiança dela. Mas ele (Rafael), ao movimentar as contas bancárias dela, subtraía pequenos valores mensalmente, sem o conhecimento de Gabriela", disse o delegado delegado-chefe da Divisão de Repressão a Sequestros (DRS) da Polícia Civil do Distrito Federal, Leandro Ritt.
Ainda de acordo com o delegado, Gabriela iniciou um relacionamento e foi orientado pelo namorado a retirar a função do motorista por segurança. “Ela ouviu os conselhos e recolheu a procuração das mãos do Rafael. Mas isso gerou uma insatisfação nele, porque ele voltou a ser apenas o motorista da família e perdeu o acesso à movimentação financeira dela”, completou Ritt. Ao todo, ele movimentou R$200 mil.
Os policiais chegaram até Rafael após identificar uma nova movimentação bancária na conta da médica. Com o suspeito, foram encontrados cartões de banco e dois carros que comprou com o dinheiro da vítima. Rafael também demitiu a empregada e cancelou dois contratos de trabalho que a médica tinha em outras empresas. Policiais se surpreenderam ao achar um quadro com fotos de Gabriela e familiares dela pendurado na casa do investigado.
Depois de preso, Rafael apontou o local do crime e onde estavam os restos mortais da médica. Um laudo do IML já confirmou que a ossada pertence à vítima.
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