Livramentense Adson Muniz Santos, também ex-candidato da deputado federal (PRB) em 2014, simulava ser “policial civil”, carregando distintivo falso e arma de brinquedo no momento da prisão.

Ao longo da última semana, outras mulheres divulgaram áudios, textos e fotos alegando terem sofrido tentativas do golpe por parte do suspeito. Em todas as situações, que ocorreram em pontos próximos na capital paulista, as abordagens foram descritas de forma parecida: o homem se identificava como policial, mostrando o distintivo, e pedia que a mulher abrisse o vidro e encostasse o carro para que ele pudesse aplicar uma multa. Assista:
A polícia ainda investiga a relação de Santos com as tentativas de golpe. À exceção do caso dos Jardins, o único em que foi identificada a concretização do sequestro, nenhuma outra mulher foi considerada vítima pelos investigadores. Encaminhado para a 1ª Delegacia de Defesa da Mulher, localizada no centro do município, o suspeito deve ser ouvido pelos policiais ainda esta tarde. A polícia também deve contatar as mulheres que divulgaram relatos na internet para colaborarem com as investigações. No caso que ocorreu nos Jardins, o suspeito teria percebido que o carro estava destravado e entrado no veículo.

A princípio, teria indicado à vítima que a levaria até a delegacia. Segundo a polícia, eles circularam por três horas, nas quais a mulher foi violentada e obrigada a sacar uma grande quantia em dinheiro no caixa eletrônico. Ela teria escapado no momento em que o carro parou em um sinal de trânsito. Baiano, Adson Muniz foi vereador no município de Jussiape, no interior do estado, e se candidatou a deputado federal nas eleições de 2014, embora não tenha sido eleito.
Vítima foi salva por “grupo” no Whatsapp
A comerciante Juliana Maciel, de 37 anos, percorria o trajeto rotineiro entre o trabalho e sua casa na última terça quando foi abordada pelo homem em um sinal na rua Abílio Soares, na Zona Sul da cidade, por volta das 14h. O homem se identificou como polícial, mostrando o distintivo falso, e sinalizava que aplicaria uma multa à condutora por dirigir enquanto mexia no telefone. A reação natural da comerciante seria a de abaixar o vidro para conversar com o susposto agente, não fosse por um detalhe: naquele exato instante ela escutava o áudio de outra mulher que tinha sofrido a mesma abordagem na região.

— Estava no meio do áudio quando ouvi o cara batendo no vidro. Ele dizia ‘abre a janela’, apontava para o celular e falava ‘você não pode mexer no telefone enquanto dirige, vou te multar’. Se eu não estivesse ouvindo o áudio, tenho certeza que teria aberto o vidro — contou. No áudio, recebido em um grupo de amigas no Whatssap, outra mulher relatava ter sido surpreendida por um suposto polícial que ameaçava multá-la. Assustada com a repercussão do sequestro nos Jardins, optou por divulgar a história em diversas redes sociais como forma de alerta. Inspirada pelo relato da desconhecida, Juliana decidiu tirar fotos do homem para compartilhar nas redes; ao perceber que era fotografado, ele simulou atender uma ligação e se afastou do veículo.

— Foi tudo muito estranho. Ontem fui ao estádio assistir o jogo (Brasil x Chile, pelas eliminatórias da Copa do Mundo) e fiquei com medo de dirigir. Acabei pegando um Uber. Hoje precisei dirigir para trabalhar e me bateu muita insegurança. Mas a vida segue — comentou. Mesmo escapando da tentativa de golpe, a comerciante pretende realizar um boletim de ocorrência para colaborar com as investigações. Após divulgar as imagens em redes sociais, afirmou ter recebido mensagens de mais uma mulher que diz ter sido abordada pelo homem. Ciente da prisão do suspeito, sente que suas fotos colaboraram com o processo. — Agora sim eu estou aliviada — disse. As informações são de O Globo.

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