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Onda de violência no Espírito Santo deixa 62 mortos em 3 dias



Vitória. Sem policiais nas ruas da Grande Vitória e de alguns municípios do interior do Espírito Santo, criminosos aproveitaram o dia para saquear lojas, cometer assaltos e roubar carros. Diversos vídeos que mostram a ação dos criminosos circulam nas redes sociais. Desde sábado, familiares bloqueiam a porta dos batalhões e não deixam os policiais militares saírem para fazer o policiamento. Segundo o Sindicato dos Policiais Civis do Espírito Santo (Sindipol), foram registradas 62 mortes violentas em três dias de protesto.

Os shoppings de Vitória fecharam as portas, e as ruas da capital capixaba ficaram praticamente vazias no terceiro dia de greve dos policiais militares, com registros de dois ônibus incendiados, além das lojas saqueadas e da alta de assassinatos no período. Com a onda de saques e de violência, os comerciantes evitaram abrir as portas.

Depois dos ônibus incendiados e da falta de policiais, motoristas decidiram paralisar o transporte coletivo a partir das 16h dessa segunda-feira (6).

Com o aumento dos homicídios, o Ministério da Justiça autorizou o envio de reforço da Força Nacional ao Espírito Santo. O Exército começou a atuar nas ruas da Grande Vitória nessa segunda-feira (6), e, segundo a Secretaria de Estado de Segurança Pública (Sesp), a partir desta terça-feira (7), 1.200 homens das Forças Armadas e Nacional estarão nas ruas de todo o Estado.

Em janeiro, o Estado teve uma média de quatro homicídios por dia. Em 2016, foram registrados 1.181 mortes – média de 98 por mês.

Entre os moradores, o clima era de insegurança. Muitos tiveram a rotina alterada, como o dentista Leonardo Regiani, 34. “Oito dos 12 pacientes agendados desmarcaram suas consultas, por medo. O maior problema é em relação a essa indefinição. Não sabemos até quando vai durar esta situação. Até para pagar contas está complicado, já que os bancos estão fechando”, disse.

Aulas. A insegurança também impactou na volta do ano letivo. Escolas particulares e públicas cancelaram as aulas nesta segunda. “Tenho evitado sair de casa. Hoje seria meu primeiro dia de aula, mas já foi adiado e não sei quando voltarei a estudar”, disse a estudante Isadora Corteletti, 17.

Decisão do Tribunal de Justiça do Espírito Santo (TJ-ES) nessa segunda-feira (6) considerou ilegal a greve da Polícia Militar no Estado e determinou o fim do movimento. No caso de descumprimento da ordem, a Justiça fixou multa diária de R$ 100 mil às associações de policiais militares. Os familiares dos policiais realizavam manifestações em frente aos batalhões da PM, impedindo a saída de viaturas para o patrulhamento e atendimento de ocorrências. O TJ-ES também determinou a desobstrução dos acessos.

Militares. O emprego das Forças Armadas no RN após as rebeliões na Penitenciária Estadual de Alcaçuz, na região metropolitana de Natal, custou R$ 8,9 milhões ao Ministério da Defesa.
FOTO: VINICIUS MORAES/AFP

Familiares de policiais realizaram protesto nessa segunda-feira (6) em Vitória






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