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O autorretrato “poético” do Governo Temer, nos versos de Michel Temer


Por Fernando Brito, Tijolaço -

Todo mundo já escreveu bobagens na vida, eu inclusive.

Algumas, as mais divertidas, nos tempos de faculdade, com uma turma de amigos que amiga permanece até hoje chamavam-se ProduSSões Culturaes  e eram pregadas no mural da sala, onde se digladiavam dois grupos: o MAU, Movimento Anarquista Universitário e o BEM, Bloco de Extermínio ao MAU.

Óbvio que era, como se diz hoje, “zoação”, mas bom treino para a escrita e para a datilografia, arte obrigatória então.

Hoje, dei de cara com uma reportagem da Folha, de 2013 (juro, está aqui)sobre o livro depoesias de Michel Temer, do qual acabou ficando conhecida a irônica “Embarquei na tua nau/Sem rumo”.

Ali, há outras. Tudo muito ruim, um troço que chega a fazer duvidar  – mais ainda  – da capacidade intelectual do mesoclítico ocupante da cadeira presidencial.

Ninguém ali na sala do velho prédio da Escola de Comunicação da UFRJ – que não por isso já foi hospício nos tempos do Imperador – , era capaz de cometer tamanha porcaria pomposa. Nem no BEM, nem no MAU,  se escrevia tão mal.

Mas o aprendizado faz com que a gente seja capaz de perceber quando um texto, mesmo ruim,  tem verdades.

E, com o espírito gaiato da juventude, acabei de notar que Temer, anos  atrás, fez um autorretrato de seu governo, bastando um  ligeiríssimo copydesk no seu poema, trocando a primeira palavra, que era escrever, pelo que faz agora: governar.

Ao que parece, com a mesma péssima qualidade, veja só:

Governar é expor-se.
Revelar sua capacidade
Ou incapacidade.
E sua intimidade.
Nas linhas e entrelinhas.
Não teria sido mais útil silenciar?
Deixar que saibam-te (sic) pelo que parece que és?
Que desejo é este que te leva a desnudar-te?
A desmascarar-te?
Que compulsão é esta?
O que buscas?
Será a incapacidade de fazer coisas úteis?
Mais objetivas?
É por isso que procuras o subjetivo?
Para quem a tua mensagem?
Para ti?
Para outrem?
Não sei.
Mais uma que faço sem saber por quê.

Nem nós, Michel, nem nós!                    Fonte : alanterna.com

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