Embora o presidente Jair Bolsonaro conteste os resultados das pesquisas que mostram a queda na aprovação de seu governo , o Palácio do Planalto deflagrou uma reestruturação da comunicação para melhorar a imagem do Executivo. A avaliação interna é que a área foi ineficiente e amplificou crises nos cem primeiros dias de governo. O presidente também tem sido aconselhado por militares a melhorar seu relacionamento com a imprensa.
A chegada do empresário Fábio Wajngarten, nomeado na última sexta-feira para comandar a Secretaria de Comunicação, substituindo Floriano Barbosa, faz parte da tentativa do Planalto de se tornar mais eficaz no relacionamento com a população e a imprensa.
Ex-sócio da empresa de verificação de audiência Controle da Concorrência, ele é visto como mais hábil para a função. Barbosa era tido como engessado e sem interlocução com o setor. Ambos gozam da confiança de Carlos Bolsonaro, filho do presidente que, segundo interlocutores, é quem na prática dá as cartas na comunicação do Planalto.
Ao assumir, o novo secretário tomou como principal missão levar às ruas a campanha publicitária da reforma da Previdência. A estratégia da propaganda sobre a importância das novas regras, principal plataforma do governo, está em fase embrionária. As peças de TV, rádio e demais veículos sequer foram aprovadas.
Mesmo antes de ser efetivado no cargo, Wajngarten já circulava no Planalto e fazia reuniões com assessores e agências de comunicação prestadoras de serviço ao governo. Ele se encontrou com o vice-presidente Hamilton Mourão, cujas declarações — geralmente, opostas às de Bolsonaro — costumam causar desconforto no núcleo duro do governo.
Mudanças na rede
A reestruturação incluirá a reformulação dos canais digitais do governo, responsável pelos sites do Executivo e por cuidar dos perfis institucionais do Planalto nas redes sociais. Um dos cotados para comandar a ação é Glen Valente, diretor comercial e de marketing do SBT por cinco anos, até 2017. É dessa época que ele conhece Wajngarten. Formado em Administração, Valente passou pela American Express e por bancos de Brasil e México.
Já os perfis privados do presidente na internet, controlados por Carlos Bolsonaro e disseminadores de polêmicas, devem permanecer intocados nas mãos do vereador do Rio. O próprio presidente já disse que não abre mão do auxílio do filho e se responsabiliza por tudo o que é publicado por ele.
Bolsonaro tem sido aconselhado, principalmente por militares, a melhorar sua relação com os jornalistas, ideia que contraria Carlos. Segundo integrante do Planalto, Bolsonaro tem se mostrado menos resistente em conversar com repórteres ao avaliar que, a cada entrevista, a repercussão é menos negativa que seu silêncio.
Com informações do jornal O Globo
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