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'A prioridade da esquerda é impulsionar um novo ciclo de mobilização social'



Guilherme Boulos adverte que o governo Temer é o mais perigoso para os trabalhadores desde o início da Nova República. 

Por Luís Leiria, Esquerda.net -

Aos 34 anos, Guilherme Boulos assumiu um protagonismo decisivo nas mobilizações contra o novo governo nascido do impeachment de Dilma Rousseff, sob o lema “Fora Temer”. O MTST, por ele dirigido, é o mais dinâmico dos movimentos sociais que atuam no Brasil e o que mais cresceu nos últimos anos.

Chegou atrasado ao nosso encontro, marcado dias antes num café no centro de S. Paulo, para conceder esta entrevista aoEsquerda.net. Pede-me desculpas pela demora, mas eu tranquilizo-o: conheço bem esse tipo de vida repleta de reuniões que muitas vezes se prolongam inesperadamente. Pergunto-lhe de quanto tempo dispomos. Uma hora. Mais do que suficiente.

Mas não me deixa começar de imediato. Pede-me que antes fale um pouco da situação política portuguesa. Apanhou-me de surpresa, habituei-me a que ninguém no Brasil, mesmo na esquerda, tenha o mínimo interesse pela política de Portugal. Bom sinal. Será que a geração do Boulos está menos enfurnada no Brasil e menos de costas voltadas para o exterior? Explico-lhe a “geringonça” e as contradições que ela envolve, o jogo de forças entre a Comissão Europeia de um lado, e as pressões da esquerda para que seja cumprido o acordo com o Bloco, o PCP e os Verdes do outro, acordo esse que permitiu viabilizar o governo de António Costa.

Começa então a entrevista e a certa altura pergunto-lhe se tem ambições políticas. Responde-me corretamente que o que ele faz é altamente político e que política não é apenas a intervenção institucional. Dito isto, não fecha a porta a uma participação institucional no futuro: “Acho que isso não é algo que ninguém possa descartar a priori”, diz. Ainda vamos ouvir falar muito dele.

Filho de médico, formado em filosofia, especializado em psicologia, começou muito jovem a militância política. Apaixonado pela capacidade de organização do MTST, acabou indo viver para um acampamento de ocupação do movimento, e a dedicar-se de alma e coração à causa da moradia digna para os trabalhadores, da reforma urbana, do direito à cidade.
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